Publicada
na edição de 22 a 28 de fevereiro de 2013 do Jornal do Trem e Folha do Ônibus
da FLC Comunicações Ltda.
É um ato solidário e não dói. Faça a
sua parte e ajude o Hospital de São Paulo que precisa urgentemente de doações
“Doar
sangue é uma atitude nobre, voluntária e que pode contribuir para salvar vidas.
Uma única doação pode beneficiar até três pessoas”, afirma o coordenador do
serviço de hemoterapia do Hospital Beneficência Portuguesa de São Paulo, doutor
Roberto Buessio.
O
sangue é responsável por levar oxigênio, nutrientes, proteínas e outras
substâncias por todo o corpo. Seu trabalho é insubstituível. Quem passa por uma
grande perda de sangue - por conta de um acidente ou doença grave - precisa de
transfusão para repor o sangue perdido. Segundo a doutora Araci Massami
Sakashita, hematologista do Hospital Albert Einstein, “o ato altruísta de um
doador é a única forma de acesso ao sangue, matéria prima necessária para
atender ao paciente que precisa de tratamento”.
O
Hospital de São Paulo anunciou estar com níveis baixos de todos os tipos
sanguíneos e com estoques zerados de RH negativo. “Pessoas com RH negativo são
minoria na população, cerca de 15%”, explica a coordenadora do hemocentro do
Hospital São Paulo, doutora Maria Angélica de Camargo. Constantemente o hospital
passa por necessidade e nas últimas semanas precisou ainda mais de sangue dos
estoques.
Conscientização
Segundo
a Associação Brasileira de Hematologia, Hemoterapia e Terapia Celular, há
tempos era comum que as pessoas só doassem quando familiares ou amigos
estivessem precisando. Isso ainda acontece, mas é necessário que as pessoas se
sensibilizem e doem sangue pensando em situações emergenciais que podem
acontecer com qualquer um.
A
doutora Maria Angélica explica que “vários procedimentos realizados diariamente
em hospitais só podem ser feitos com os componentes do sangue. Cirurgias de
grande porte, tratamentos de câncer, atendimento a acidentes graves,
queimaduras, tratamento de distúrbios de coagulação de sangue, etc. E não há
outra forma de obter sangue se não for por doação voluntária”.
Quem pode doar
Pessoas
entre 18 a 65 anos, que pesem mais de 50 kg, que não estejam em jejum e que
tenham dormido no mínimo 6 horas nas últimas 24 horas podem doar. Basta estar
em bom estado de saúde e apresentar o documento de identidade oficial com foto.
O
uso de drogas ilícitas impede a doação, além de doenças de chagas, diabetes com
uso de insulina, hepatite após os 10 anos de idade, hepatites B e C, sífilis,
câncer, hanseníase, HTLV e doenças cardíacas.
Antes
de doar, o paciente passa por alguns exames de rotina e por uma entrevista,
onde é possível detectar situações que impeçam temporariamente a doação - como
ter tido relação sexual com parceiro ocasional, gripe, resfriado, febre nos
últimos dias, entre outros fatores. “Profissionais treinados avaliam a saúde do
doador para que não haja nenhum transtorno, tanto a quem doa quanto a quem
recebe o sangue”, informa Maria Angélica.
Procedimento simples
Segundo
a doutora Araci Massami, a doação de sangue é um processo rápido, simples e
seguro. “Normalmente não afeta o bem estar do doador, pois o volume doado é
rapidamente reposto através da ingestão de líquidos”.
O
doutor Sérgio Domingos Vieira, médico responsável pelo serviço de transfusão do
Hospital do Coração, explica que todo o material usado para a coleta de sangue
é descartável, eliminando riscos de contaminação. “A doação deve ser feita nos
hemocentros, que são geralmente dentro dos hospitais e estão preparados para
atender a qualquer tipo de reação”, aconselha.
“O processo de doação leva cerca de 30 a 40
minutos, incluindo entrevista, exames iniciais e a própria coleta do sangue.
Quem trabalhada sob o regime da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) poderá
deixar de ir ao serviço por um dia, sem prejuízo do salário, desde que comprove
sua doação voluntária, conforme o artigo 473 da CLT”, lembra a doutora Araci.
O sangue é sempre utilizado
Segundo
parecer do doutor Sérgio, todo o sangue doado é utilizado. “O sangue coletado é
divido em partes para ajudar pessoas com necessidades diferentes. O paciente
com anemia, por exemplo, precisa dos glóbulos sanguíneos, enquanto o paciente
com câncer precisa repor seu nível de plaquetas, destruído pela quimioterapia,
e um paciente que sangra na sala de cirurgia precisa das proteínas do plasma
sanguíneo”.
Não
conhecer seu tipo sanguíneo não impede a doação. O sangue será analisado e
utilizado normalmente pelo hospital. Aqueles que doarem nos postos Pró-Sangue
receberão em sessenta dias uma carta de agradecimento, na qual constará o seu
tipo sanguíneo.