Publicada
na edição de 8 a 14 de fevereiro de 2013 do Jornal do Trem e Folha do Ônibus
da FLC Comunicações Ltda.
Quando a produtividade cai
e o desempenho profissional é afetado, é interessante expor ao seu superior
Doenças
na família, perda de entes queridos, acúmulo de dívidas ou até mesmo um
divórcio. É inegável que problemas pessoais possam afetar o dia a dia no
trabalho. Segundo orientações dos consultores Silvio Celestino e Laerte
Cordeiro é importante que o funcionário saiba avaliar se o problema tem
proporções suficientes para ser exposta ao líder e falar da maneira mais
profissional possível.
Avalie a situação
Segundo
Silvio Celestino, fundador da empresa Alliance Coachin especializada em Gestão
de Cultura Empresarial, o funcionário deve avaliar se o seu problema precisa
ser compartilhado com o chefe. “Somente as questões pessoais que estão
colocando em risco seu desempenho no trabalho e que possam comprometer os
objetivos da empresa ou da sua tarefa podem ser levados ao superior”. O
consultor Laerte Cordeiro, especialista em Gestão Estratégica de Pessoas e
Carreiras, concorda: “Creio que um problema pessoal que possa levar a redução
da produtividade e eficiência no trabalho seja assunto de interesse do chefe”.
Já
os problemas do cotidiano, que podem ser administrados sem comprometer o dia a
dia do profissional, não precisam ser comentados. “Se o problema que você está
desabafando for simples e você não demonstrar domínio emocional para lidar com
ele, pode levar seu superior a interpretá-lo como imaturo e prejudicar a sua
imagem, pois ninguém oferece grandes responsabilidades para pessoas imaturas”,
afirma Silvio Celestino.
Conheça a empresa e o seu
chefe
Segundo
Silvio nem todas as empresas estão preparadas para lidar com os problemas
pessoais dos funcionários. E o mesmo ocorre com os chefes. É interessante
observar se o líder é maduro, tem domínio emocional e se preocupa com as
pessoas de sua equipe, pois esses são indícios de que ele tentará ajudar o
funcionário. Segundo o especialista, caso não haja essa abertura, acaba sendo
melhor lidar com a dificuldade de forma mais reservada.
“Tenha
cuidado especialmente com líderes de má índole, que podem usar seu problema
pessoal para manipulá-lo ou, até mesmo, o expor diante da empresa. Observe se o
seu superior é aberto a esse tipo de conversa e capaz de manter temas pessoais
em segredo. Se ele tiver essas características, fale sem problema”, indica
Silvio.
Laerte
Cordeiro esclarece o papel do chefe: “É preciso lembrar que ele não é um padre,
pastor, médico, psicólogo ou conselheiro e nem sempre exerce influência
positiva sobre seus funcionários. Avalie seu perfil antes de tudo”.
Como falar
Segundo
os consultores, a melhor maneira de expor o problema é demonstrar maturidade.
Durante a conversa o funcionário deve se mostrar como alguém que está
enfrentando o problema com o objetivo de solucioná-lo e esclarecer a preocupação
com as tarefas diárias. “Se julgar apropriado solicite que seja deslocado para
outra tarefa, principalmente se aquela que realiza pode colocar em risco as
operações, outras pessoas ou a si mesmo, devido à desatenção”, aconselha
Silvio.
“Mesmo
aqueles que são graves, a pessoa deve refletir qual o melhor modo de comentá-lo
com o chefe. Na medida do possível não entre em detalhes pessoais, apenas
relate e, se possível, estabeleça um prazo para seu fim ou dê a previsão de
quando você estará administrado o problema da melhor forma possível”.
Cuidado com fofocas
O
consultor Laerte Cordeiro não aconselha ao funcionário expor sua situação a
algum colega da equipe. “Expor a público um problema pessoal pode não ajudar em
nada. E você corre o risco de ficar exposto dali pra frente”.
Já
o especialista Silvio Celestino orienta que o funcionário busque apenas por
aqueles que possam ajudar com bons conselhos e orientações, talvez até
compartilhando experiências parecidas. Segundo Silvio, a escolha deve ser
cuidadosa e o profissional deve optar por colegas que demonstram maturidade e
condições de ouvir sobre seus problemas sem causar constrangimentos.
“Não
conte para todo mundo indiscriminadamente, compartilhe com o menor número de
pessoas possíveis. Evite falar sobre o problema ao telefone, quando houver
pessoas próximas que você não deseja que saibam sobre o que está acontecendo.
Seja discreto. Uma questão particular pode facilmente se espalhar sem o seu
consentimento e prejudicar sua imagem na empresa e no mercado. Seja cauteloso
com as amizades no ambiente de trabalho”, aconselha Silvio.
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