terça-feira, 26 de fevereiro de 2013

O impacto dos combustíveis mais caros


Publicada na edição de 8 a 14 de fevereiro de 2013 do Jornal do Trem e Folha do Ônibus da FLC Comunicações Ltda.




Economistas acreditam que o aumento nos preços dos combustíveis colocou a ‘saúde’ da Petrobrás em primeiro lugar

“Esse aumento não condiz com a atual situação econômica do Brasil, país que deseja resgatar a dignidade dos mais pobres”, expõe José Ribamar, presidente do Sindicato dos Economistas do Estado do Maranhão.
A Petrobrás justificou o aumento com a intenção de vender os combustíveis na mesma faixa de preços do mercado internacional e segundo palavras do economista Sebastião Demuner, membro do Conselho Regional de Economia do Espírito Santo, “o governo foi pressionado pela justificativa imposta pela Petrobrás”.
Já o professor José Dutra Vieira, economista membro do Conselho Regional de Economia de São Paulo alega: “O argumento da Petrobrás é aceitável, levando em conta que o preço da gasolina esteve congelado por aproximadamente cinco anos".

Pelo bem da Petrobrás
“É claro que se o valor não subisse seria melhor, mas ao meu ponto vista o governo não teve alternativa”, arrisca o professor José Dutra Vieira. Segundo o Ministério de Minas e Energia do Governo Federal, o aumento é importante para a saúde financeira da Petrobras, que apresentou prejuízo no ano passado.
“A ação do governo faz sentido, considerando a importância da empresa para o país”, afirma Dutra. “Mas para apresentar prejuízo, deve ter acontecido uma série de coisas. Com certeza não foi somente o preço dos combustíveis”.

Às custas do povo
O economista Sebastião Demuner encara que a empresa usou o reajuste como um argumento para pressionar o governo. “A empresa está tentando alinhar o seu balanço, alegando que precisa fazer novos investimentos. Neste caso o governo deveria assumir o reajuste e baixar algum imposto, e não repassar a despesa para o consumidor”, alega.
“Esse aumento não condiz com a atual situação econômica do Brasil, pois estamos estagnados. Esse reajuste, somado ao crescimento mínimo no ano passado, pode impactar no desenvolvimento do país. O aumento nos preços só não terá um impacto maior na inflação em virtude da diminuição do preço da energia elétrica anunciada pelo governo”.

Jogando com a energia
Segundo José Dutra, enquanto houve a diminuição do preço da energia, foi preciso reajustar o preço do combustível. “A economia é um jogo de xadrez, você precisa saber mexer as pedras para que o jogo faça sentido”, revela. Segundo Sebastião o aumento dos preços só não terá maior impacto na inflação por conta da diminuição do preço da energia elétrica anunciada pelo governo.

Impacto
Muitos serviços essenciais no dia a dia da população dependem do transporte realizado por caminhões - que utilizam o diesel como combustível - para a realização de obras e serviços públicos e privados, coleta do lixo, transporte de alimentos para mercados e feiras, etc.
José Dutra avalia que é possível que os preços dos produtos e serviços sofram reflexo do aumento do preço dos combustíveis.

Cuidado com a superfatura
O consumidor brasileiro paga, além do preço do próprio combustível, impostos e custos de distribuição e revenda. Para que os postos de gasolina não se aproveitem da situação e cobrem por valores muito altos, o Ministério de Minas e Energia alegou que mesmo que o mercado seja livre, não deve superfaturar e exceder um limite razoável de preços e garantiu fiscalizar o mercado rigorosamente em parceria com a ANP (Agência Nacional do Petróleo).






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