Publicada
na edição de 8 a 14 de fevereiro de 2013 do Jornal do Trem e Folha do Ônibus
da FLC Comunicações Ltda.
Economistas acreditam que o
aumento nos preços dos combustíveis colocou a ‘saúde’ da Petrobrás em primeiro
lugar
“Esse
aumento não condiz com a atual situação econômica do Brasil, país que deseja
resgatar a dignidade dos mais pobres”, expõe José Ribamar, presidente do
Sindicato dos Economistas do Estado do Maranhão.
A
Petrobrás justificou o aumento com a intenção de vender os combustíveis na
mesma faixa de preços do mercado internacional e segundo palavras do economista
Sebastião Demuner, membro do Conselho Regional de Economia do Espírito Santo,
“o governo foi pressionado pela justificativa imposta pela Petrobrás”.
Já
o professor José Dutra Vieira, economista membro do Conselho Regional de
Economia de São Paulo alega: “O argumento da Petrobrás é aceitável, levando em
conta que o preço da gasolina esteve congelado por aproximadamente cinco
anos".
Pelo bem da Petrobrás
“É
claro que se o valor não subisse seria melhor, mas ao meu ponto vista o governo
não teve alternativa”, arrisca o professor José Dutra Vieira. Segundo o
Ministério de Minas e Energia do Governo Federal, o aumento é importante para a
saúde financeira da Petrobras, que apresentou prejuízo no ano passado.
“A
ação do governo faz sentido, considerando a importância da empresa para o
país”, afirma Dutra. “Mas para apresentar prejuízo, deve ter acontecido uma
série de coisas. Com certeza não foi somente o preço dos combustíveis”.
Às custas do povo
O
economista Sebastião Demuner encara que a empresa usou o reajuste como um
argumento para pressionar o governo. “A empresa está tentando alinhar o seu
balanço, alegando que precisa fazer novos investimentos. Neste caso o governo
deveria assumir o reajuste e baixar algum imposto, e não repassar a despesa
para o consumidor”, alega.
“Esse
aumento não condiz com a atual situação econômica do Brasil, pois estamos
estagnados. Esse reajuste, somado ao crescimento mínimo no ano passado, pode
impactar no desenvolvimento do país. O aumento nos preços só não terá um
impacto maior na inflação em virtude da diminuição do preço da energia elétrica
anunciada pelo governo”.
Jogando com a energia
Segundo
José Dutra, enquanto houve a diminuição do preço da energia, foi preciso
reajustar o preço do combustível. “A economia é um jogo de xadrez, você precisa
saber mexer as pedras para que o jogo faça sentido”, revela. Segundo Sebastião
o aumento dos preços só não terá maior impacto na inflação por conta da
diminuição do preço da energia elétrica anunciada pelo governo.
Impacto
Muitos
serviços essenciais no dia a dia da população dependem do transporte realizado
por caminhões - que utilizam o diesel como combustível - para a realização de
obras e serviços públicos e privados, coleta do lixo, transporte de alimentos
para mercados e feiras, etc.
José
Dutra avalia que é possível que os preços dos produtos e serviços sofram
reflexo do aumento do preço dos combustíveis.
Cuidado com a superfatura
O
consumidor brasileiro paga, além do preço do próprio combustível, impostos e
custos de distribuição e revenda. Para que os postos de gasolina não se
aproveitem da situação e cobrem por valores muito altos, o Ministério de Minas
e Energia alegou que mesmo que o mercado seja livre, não deve superfaturar e
exceder um limite razoável de preços e garantiu fiscalizar o mercado
rigorosamente em parceria com a ANP (Agência Nacional do Petróleo).
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