sexta-feira, 22 de novembro de 2013

Ser negro: muito além da consciência

Publicada na edição de 14 a 21 de novembro de 2013 do Jornal do Trem e Folha do Ônibus da FLC Comunicações Ltda.

Já houve conquista, mas ainda há questões a se melhorar em relação à inclusão do negro na sociedade brasileira

No dia 20 de novembro é celebrado em todo o Brasil o dia da Consciência Negra. A data coincide, propositalmente, com a da morte de Zumbi dos Palmares, para relembrar a resistência dos negros à escravidão. Durante toda a semana, ocorre na mídia e nos espaços culturais uma série de discussões e reflexões sobre a inserção do negro na sociedade brasileira.
Não há como negar que a segregação racial tem diminuído com o passar dos anos. Hoje, poucas pessoas têm interesse em manifestar qualquer tipo de racismo, pois sabem que serão, de alguma maneira, rechaçadas pela sociedade. Com o passar das gerações, cada vez menos pessoas tendem a ter preconceitos tão ultrapassados como julgar alguém pelo seu tom de pele.

E as cotas?
A cada vez maior conscientização da sociedade têm gerado muitas discussões e reflexões sobre o assunto, o que culminou na criação do sistema de cotas para negros nas universidades. O tema é polêmico, pois alguns aceitam bem a iniciativa e outros acreditam ser desnecessária, por apenas enfatizar o preconceito. O interessante é que, de alguma maneira, o país está pensando em alternativas para o problema da educação e as colocando em prática.
O estudante universitário Antonio Junior acredita que o sistema de cotas é algo válido e importante, porém é uma alternativa insuficiente. “Preocupar-se com a educação básica é o mais importante, pois não adianta colocar sal no feijão depois de pronto”, opina.

Violência contra negros
Recente pesquisa divulgada pelo Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada) indica que ter a cor negra ou parda aumenta em cerca de 8% a probabilidade da pessoa ser vítima de homicídio. Além disso, a chance de um adolescente negro ser assassinado é 3,7 vezes maior do que de um branco, e o número de presos negros no Brasil é 1,5 vezes maior que o número de brancos. Além disso, enquanto há a média de 1,3 pessoas brancas sendo agredidas, há a média de 2,3 negros na mesma condição – quase o dobro.
Reinaldo da Silva Guimarães, doutor em Serviço Social, acredita que o principal passo para reduzir o comportamento refletido nesses dados é “ensinar as crianças, desde cedo, valores como a solidariedade, o altruísmo, a tolerância, a diversidade e o reconhecimento de que existem grupos diferentes entre si – em relação à cor da pele, preferência sexual, porte físico, etc. – mas que não são inferiores ou perigosos. A transmissão de bons valores é fundamental para construir uma sociedade mais humana, inclusiva, tolerante, justa e solidária”.

A criança negra
Há uma pesquisa norte-americana, registrada em vídeo, exibe diversas crianças negras sentadas na frente de duas bonecas, uma negra e a outra branca. O pesquisador pede que elas mostrem qual é a boneca feia e má, e todos apontam para a negra. Quando a pergunta é qual boneca é mais legal e mais bonita, os pequenos apontam para a branca. Quando questionados sobre qual boneca é a mais parecida com eles próprios, respondem que é a negra. O resultado demonstra que, inconscientemente, essas crianças acreditam que são inferiores e menos aceitas na sociedade.
Vinicius Almeida, professor de educação física que atua em escolas públicas, e que recentemente trabalhou com alunos da Fundação Casa (antiga Febem), acredita que no Brasil uma pesquisa como essa seria muito mais expressiva e reveladora. “Com crianças e jovens que vivem em contextos sociais em que há mais brancos, isso é bastante comum. A maioria não aprende com os pais a valorizar a sua cor e a sua beleza. Como o negro praticamente nunca tem um destaque positivo na televisão, que querendo ou não é uma das maiores formadoras de opinião, os jovens buscam referências em padrões que não são os deles”, o que acaba gerando um sentimento de inferiorização.

O preconceito velado
Você já reparou na quantidade de negros que figuram nas propagandas de televisão, nos filmes e nas novelas? Em comparação às pessoas brancas, ela é praticamente nula – e é algo tido como “natural”, que poucos estranham. Não se pode negar que há um problema sério por trás desse comportamento.
Felipe Duarte, um jovem de 25 anos, conta que sofreu preconceito quando foi comprar o seu primeiro carro. “Eu entrei na loja, de bermuda e chinelo, e disse que queria comprar um automóvel. O vendedor me ignorou. Até aí tudo bem, porque eu sai e comprei em outra loja. O problema maior é o preconceito que eu enfrento no dia a dia, as piadas “sem maldade” que ouço. Isso faz com que eu tenha que provar que sou bom o tempo todo. O meu pai acredita que nós, negros, temos a obrigação de andar sempre bem vestidos, por exemplo. Eu sou tranquilo em relação a isso, mas acredito que o preconceito velado deva jogar a estima de muitos negros pra baixo”, revela o jovem.





UFC faz 20 anos

Publicada na edição de 14 a 21 de novembro de 2013 do Jornal do Trem e Folha do Ônibus da FLC Comunicações Ltda.

A ideia era maluca e o apoio era pequeno, mas a disputa entre diversas modalidades de lutas ganhou o mundo

A ansiedade para assistir as lutas em que o cinturão pode ser tomado é única. Atualmente, ele está sob a posse de Chris Weidman, que o tirou de Anderson Silva. A revanche já está marcada, e caso o brasileiro vença, o mundo pode prestigiar uma grande luta entre dois conterrâneos: Vitor Belfort e Anderson Silva. Mesmo sendo diferente da sua primeira edição, em 1993, o UFC ainda gera discussões e prende a atenção de quem gosta de uma boa briga.

Uma ideia de maluco
O brasileiro lutador de jiu-jítsu Rorion Gracie foi para os Estados Unidos disseminar a cultura do esporte. Ele sempre gostou de lutar contra atletas que treinavam outras modalidades, como o boxing, o karatê e até mesmo o savate. Quando abriu a sua primeira academia, conheceu Art Davie e John Milius, um publicitário e um roteirista de cinema, que juntos conversaram sobre a criação de um torneio que possibilitasse lutas entre atletas de várias modalidades.
A princípio, tentaram vender a ideia para várias empresas de comunicação e a maioria achou que era um absurdo, que não renderia frutos. Até que Campbell McLaren, um produtor executivo, ouviu o trio e visualizou em sua cabeça algo muito parecido com o jogo Mortal Kombat, que também mistura lutas. Topou na hora.

Ringue cinematográfico
O formato da arena foi escolhido para gerar igualdade entre os competidores, pois os ringues já existentes tinham características que seriam falhas ao unir várias lutas. O formato redondo foi considerado, mas o modelo octógono, de oito lados, inspirado no filme “Conan, o Bárbaro”, com Arnold Schwarzenegger, ganhou o voto de todos. Além de facilitar a visualização da luta, ele também tinha um apelo comercial muito forte.

Enfim, UFC
Os organizadores escolheram o nome Ultimate Fighting Championship, que é algo como “Campeonato Definitivo de Lutas”. Um momento crítico, um dia antes das lutas do primeiro torneio, que aconteceu em Colorado, nos Estados Unidos, foi à configuração das regras. As duas principais eram: nada de mordidas, nem de dedos nos olhos. Os lutadores, que de fato queriam mostrar ao mundo que a sua modalidade era suficientemente boa para ganhar das outras, toparam entrar em um ringue com poucas regras.
Após cinco edições bem sucedidas do torneio, o UFC foi vendido para a Zuffa, LLC, companhia dos empresários Dana White, Frank Fertitta e Lorenzo Fertitta.

Os brasileiros 
Eles fazem a nossa alegria: Anderson Silva, Vitor Belfort, os irmãos Minotouro e Minotauro, Wanderlei Silva (o Cachorro Louco), Junior Cigano, Lyoto Machida, Shogun (Maurício Rua) e Werdum (Fabrício Werdum) representam o Brasil no torneio de lutas que está entre os mais aclamados do mundo.


Um corpo pronto para o verão

Publicada na edição de 8 a 13 de novembro de 2013 do Jornal do Trem e Folha do Ônibus da FLC Comunicações Ltda.
A receita é simples: ter um corpo e curtir. Não caia na armadilha de pensar que você é menos porque não “está em forma”

Ah, o verão. Época de sol, praia, piscina, reunião com amigos e muita diversão. Mas, para a maioria das pessoas, é tempo também de “passar vergonha”. Afinal, quem não tem algum complexo com o próprio corpo? As mulheres se preocupam com a barriguinha, com o bumbum e com a flacidez. Os homens, com o peitoral, com os braços e também com os quilinhos extras. Por mais que a sociedade insita em dizer que você precisa de uma dieta ou de uma série de exercícios, estamos aqui para te convencer do contrário.

As “operações verão”
Academias começam a encher e surgem as promessas de regimes milagrosos. Calma lá, meu povo. Para ter o corpo certo para o verão, basta ter um corpo e curtir a estação. Não há necessidade de passar fome e nervoso só para colocar um biquíni ou uma sunga e passar ainda mais nervoso – dessa vez por conta dos olhares de reprovação das pessoas, coisa que dificilmente se pode controlar. Portanto, aceite-se. Goste de você mesmo e do seu corpo. Essa é a melhor receita para a felicidade.

Nada de dietas malucas
A jovem Gisele Pinheiro, de 22 anos, alega que nunca esteve completamente satisfeita com o seu corpo. “Quando acho que consegui perder medidas, aparecem as estrias, e quando acho que reduzi as estrias, não entro nas calças. Já fiz vários tipos de dietas malucas”, confessa.
Segundo a psicóloga Cláudia Sarti, “a opção por dietas malucas reflete o grau de desconhecimento e/ou de distanciamento de si mesmo que a pessoa vivencia. Alguém que se conhece, se gosta, se respeita e cuida de si mesmo geralmente desenvolve uma relação saudável com os alimentos e não se entrega a este tipo de apelo. O mesmo vale para o exagero na hora dos exercícios físicos”.
Gisele revela que costuma fazer um "projeto praia" algumas semanas antes de uma viagem, com massagens modeladoras e drenagem linfática, para se sentir mais magra. “Normalmente eu me sinto constrangida pela barriguinha que sobra”.

O que é bonito?
Faça um exercício e observe que as mulheres que a sociedade estabelece como exuberantes são magras, muito magras. Gisele Bundchen, Alessandra Ambrósio, Isabela Fiorentino. Mais que magras, às vezes elas atingem o patamar de super magras. A última moda é ser “supersupermagra”: ter a barriga negativa, abaixo do nível das costelas. Duas perguntas. Você acha que isso é bonito, de verdade? E a segunda: você acha que esse tipo de comportamento é saudável? Afinal, ninguém pode garantir que uma pessoa com a barriga negativa se alimente corretamente.
Se você acredita que está gordo/gorda ou feio/feia, crie o hábito de se olhar no espelho de maneira diferente. Busque enxergar as suas qualidades, os seus pontos fortes. Mantenha-se no direito de se recusar a consertar um corpo que já perfeito.

Se quiser, mude
Se sentir necessidade de mudar hábitos alimentares e de inserir exercícios físicos no seu dia a dia, o faça. Além de ser positivo para a saúde, pode reduzir alguns quilinhos e trazer mais felicidade. Mas, o faça com os pés no chão e por escolha própria, não por influência dos outros ou por medo do julgamento da sociedade.
“O cuidado com o corpo e a vaidade são essenciais. Quem não está satisfeito tem mais é que ir atrás da mudança mesmo. Todos podem decidir até que ponto as suas características te incomodam ou não. Se a decisão de mudar o corpo for tomada pelos motivos errados, o resultado tende a ser a frustração”, acredita Gisele.

Até quando?
“Hoje em dia vejo meninas de 13 anos, com o corpo ainda em formação, passando dias a base de água e meninos comentando com os amigos sobre anabolizantes. As pessoas fazem loucuras para alcançar o padrão de beleza que a sociedade adota desde cedo. Isso está intimamente ligado à falta de confiança e o medo de rejeição que todos nós temos”, acredita Gisele. E ela não está errada. É cada vez mais comum ver crianças, que deveriam se preocupar apenas com os estudos, com a diversão e com a saúde, alienadas com padrões estéticos. Infelizmente é a elas que está sendo transmitido o modelo de não aceitação do corpo dos adultos.
Em seu blog, a doutora e feminista Lola Aronovich questionou: “Será que um dia os nossos corpos deixarão de ser vigiados e punidos o tempo todo?”. Fica a dúvida.



Mais ingressos sorteados

Publicada na edição de 8 a 13 de novembro de 2013 do Jornal do Trem e Folha do Ônibus da FLC Comunicações Ltda.


A Fifa finalizou a venda de 900 mil entradas para os jogos da Copa do Mundo – mais de 70% só para os brasileiros
  

Na última terça-feira, 5, a FIFA (Federação Internacional do Futebol) anunciou o sorteio de 889.305 ingressos para os jogos da Copa do Mundo de 2014, para torcedores de 188 países. Os brasileiros tiveram acesso a 71,5% desse total e o restante (28,5%) foi destinado aos torcedores de outras partes do mundo. Essa foi a conclusão da primeira fase das vendas.

Brasileiros têm preferência
No Brasil houve cerca de 6,2 milhões pedidos, mas a distribuição total foi de apenas 625.276. Segundo a FIFA, todos aqueles que solicitaram ingressos serão informados até, no máximo, 10 de novembro se foram atendidos ou não. A notificação será enviada por e-mail ou por mensagem de texto.
De acordo com a Lei Geral da Copa, a FIFA ofereceu aos brasileiros um total de 342.740 ingressos para a Categoria 4, que prioriza estudantes, pessoas com 60 anos ou mais e beneficiários do programa Bolsa Família. Nestes casos a procura foi menor que o esperado, portanto apenas 216.618 tíquetes acabaram sendo destinados às categorias com desconto.

Resto do mundo
Os norte-americanos estarão em peso nesta Copa, pois receberam a maior parte dos ingressos destinados aos demais países, cerca de 66.646. Logo após os EUA vem a Inglaterra, com 22.257, a Alemanha, com 18.019, a Austrália, com 15.401, o Canadá, com 13.507, a França, com 11.628, a Colômbia, com 11.326, a Suíça com 8.082, o Japão, com 5.021 e, por último a Argentina, com 4.493 ingressos. O resultado causou reboliço na Argentina, que foi a terceira nação que mais solicitou entradas para o evento e acabou sendo a menos favorecida.
Em geral, os ingressos mais pedidos no exterior foram para os jogos no Rio de Janeiro, em Brasília e em São Paulo.

Próxima oportunidade
O próximo período de vendas começará no dia 11 e terminará no dia 28 de novembro. Não haverá ingressos disponíveis para o jogo de abertura, em São Paulo, nem para a final, no Maracanã, devido a grande procura na primeira etapa. A FIFA espera que os 228.959 ingressos que disponibilizará sejam comerciados rapidamente.
Os preços individuais variam de R$ 30 (caso da meia-entrada na categoria 4) a R$ 1.980 (para aqueles que desejam estar na categoria 1). Já os pacotes com até sete entradas, para assistir a diferentes rodadas, variam entre R$ 594 e R$ 6.700.
O pagamento pode ser realizado via cartão de crédito ou via boleto bancário. A FIFA ressalta que é importante que a dívida seja quitada antes da data do vencimento, evitando o cancelamento do pedido. Caso ocorram cancelamentos, os ingressos serão recolocados à venda para o público em geral.



Por um mundo com menos “mimimi”

Publicada na edição de 1 a 7 de novembro de 2013 do Jornal do Trem e Folha do Ônibus da FLC Comunicações Ltda.

Resolver os próprios problemas, não criar ou manter inimizades e ser feliz sem incomodar os outros é o que há

Não sabe o que é mimimi? Ele acontece muito no dia a dia e, infelizmente, migra para as redes sociais. Quantas vezes você já ouviu alguém dizer, ou postar na internet, que está com preguiça, com sono, cansado, #chateado ou reclamando que não encontra o homem ou a mulher ideal, que odeia segunda-feira, que os políticos são corruptos, que o Brasil nunca vai para frente... É tudo mimimi. Ao invés de promover discussões ou de pensar em soluções para os problemas (e as colocar em prática), muitas pessoas preferem reclamar, murmurar e até se expor publicamente.

Vamos direto ao ponto?
Queridos leitores, chega de mimimi. Sejamos pessoas mais proativas, mais decididas, menos chorosas. Havendo problemas, busque a melhor alternativa para eles. Caso receba críticas, avalie se elas têm algum sentido. Se fizerem brincadeiras com você, brinque de volta. Leve o seu cotidiano com tranquilidade. Não finja ser algo que você não é. Viva e deixe viver.

Ouça as pessoas
Ao contrário do que se imagina, normalmente os outros dizem a você coisas que fazem bastante sentido. Em suas palavras, e até mesmo nos gestos, elas demonstram como te vêm, o quanto gostam de você e o quanto o que você diz ou faz é relevante para elas. A máxima de que temos “dois ouvidos e uma boca para ouvir mais e falar menos” é coerente na maioria dos casos.
“Prestar atenção ao que os outros dizem, ao invés de ficar chateado ou reclamando, é uma boa estratégia porque transforma os comentários alheios em uma espécie de controle de qualidade, levando a um autoexame de atitudes, pensamentos e sentimentos. No campo organizacional, por exemplo, muitos líderes utilizam as críticas como uma ferramenta de autoaperfeiçoamento”, explica a psicóloga Cláudia Sarti.

Aceite as críticas
Uma coisa que faz muitas pessoas ficarem de mimimi é receber críticas. Se o criticado não entende muito bem o que foi dito, tende a ficar triste, nervoso e até mesmo revoltado. É bom ter em mente que todos temos defeitos e que ao receber apontamentos é possível melhorar. Sempre que alguém disser algo sobre você, busque compreender o que levou a isso.
Segundo a psicóloga, “apenas a avaliação já gera uma maior capacidade de compreensão e um acréscimo de experiência de vida para quem se vê criticado – algo positivo em uma situação aparentemente desfavorável e improdutiva”. Portanto, evite ficar murmurando nos cantos: resolva as situações com as pessoas certas. O enfrentamento à crítica ou à brincadeira de mau gosto gera forças a autoestima e a autoimagem, contribuindo para a capacidade de aprender e de se fortalecer diante das situações mais adversas da vida.

Defenda-se quando necessário
O chefe falou algo que não faz o menor sentido? O namorado está pegando no seu pé à toa? Os amigos estão fazendo brincadeiras de mau gosto? Alguém está de mimimi com você, fazendo fofoca ou reclamando por aí? Se perceber que estão mesmo a fim de te irritar, de duas, uma: ou ignore – se você for uma pessoa tranquila – ou se manifeste, se defenda sempre que for necessário.
Segundo a psicóloga, não é bom levar desaforo pra casa. “É bom saber dizer ‘pare! eu discordo de você’ de vez em quando. É um exercício de autodefesa”. Ter educação e conviver bem como todos é muito importante, mas se um dia você precisar “colocar os pingos nos is”, o faça. Com pudor, mas faça.

Uma vida sem mimimi
Evite reclamar por reclamar. Sempre que pensar em criticar alguma coisa, reflita sobre como ela pode melhorar e no que você pode fazer para ajudar a resolver o problema. A mesma dica se aplica para quando você estiver muito feliz.
Compartilhar as alegrias é algo bom, mas ficar o tempo todo dizendo “como eu estou feliz”, “como o meu relacionamento é legal” e “como a minha vida é o máximo” também é um mimimi sem tamanho. Se coloque sempre no lugar dos seus ouvintes e pense: eles realmente estão interessados em saber da sua vida? Na dúvida, reserve esse tipo de exposição para os amigos mais íntimos.
Em relação às críticas que recebemos no dia a dia, há uma frase que diz: “para não ser criticado não faça nada, não diga nada, não seja nada e não lute por nada”. Ou seja, não viva. Portanto, continue fazendo as suas coisas corretamente, correndo atrás dos seus planos e das suas realizações para ser sempre uma pessoa tranquila e segura de que fez o seu melhor – absorveu todas as críticas positivas e soube se afastar de quem só quis te menosprezar.

Pratique a clareza 
Quando for criticar ou apontar uma possível melhoria em alguém, não se esqueça de ser claro e objetivo em sua colocação. Não faça piadinhas ou insinuações maliciosas para evitar o mimimi por parte da outra pessoa.
“O apontamento, mesmo que negativo, deve ter um mínimo de conteúdo coerente para poder ser levado em conta e não se transformar em uma crítica destrutiva ou mal intencionada”, explica a psicóloga Cláudia Sarti.





Alviverde na 1ª divisão

Publicada na edição de 1 a 7 de novembro de 2013 do Jornal do Trem e Folha do Ônibus da FLC Comunicações Ltda.

Após uma temporada difícil, o Palmeiras volta à série A. Mas, nem por isso os torcedores dormem mais tranquilos

O jogo do último sábado, dia 26, contra o São Caetano, não foi um dos mais fáceis para o Verdão. A arbitragem foi polêmica e o desempenho dos jogadores não agradou a torcida, que vaiou a equipe no final do jogo. Mas, graças à vantagem de pontos na tabela, o empate em 0x0 foi o suficiente para fazer com que o Verdão voltasse à primeira divisão.

Vai Palmeiras
Com o resultado, a equipe alviverde chegou aos 69 pontos e, mesmo faltando seis rodadas para o término do Campeonato Brasileiro, garantiu a sua vaga na série A. O time demonstrou nervosismo em campo e o São Caetano quase marcou alguns gols. A torcida esteve impaciente e se revoltou com o posicionamento dos jogadores – sendo o São Caetano o vice-lanterna da Série B, esperavasse que a partida não fosse tão difícil.
A irreverência do Verdão ficou por conta do clima de festa instalado antes do jogo, quando o clube apresentou alguns ex-jogadores para animar a torcida e incentivar a equipe, e pelo uniforme que os atletas utilizaram: muito parecido com o da Seleção Brasileira. As camisas verde e amarela, os calções azuis e as meias brancas, que indicam o início da comemoração do centenário do clube, datado para o próximo ano, não foram capazes de animar a torcida. Os palmeirenses clamam por mais comprometimento.

Organizada agita
Durante a partida, enquanto a torcida organizada criticou o técnico do time, Gilson Kleina, principalmente pela ausência de gols, muitos torcedores das cadeiras numeradas entraram no clima de cobranças e também vaiaram. Porém, quando a organizada passou a criticar os jogadores, os outros torcedores defenderam o time, o que demonstra que a torcida está divida em relação à quais são os “culpados” pela atual situação do clube.

Temporada de vergonhas
No fatídico 18 de novembro de 2012, o Palmeiras foi rebaixado após um empate em 1x1 contra o Flamengo. A reformulação do elenco e a troca do presidente do clube fizeram com que o time se arrastasse até o final do ano. Em 2013, o clube sofreu ao ser eliminado da Libertadores, da Copa do Brasil e do Campeonato Paulista. Outro infeliz momento foi quando perdeu, de goleada, para o Mirassol, pelo Campeonato Paulista. O placar de 6x2 ficou registrado na memória dos torcedores.
Praticamente um ano após o inicio dessa má fase, a volta para a séria A representa o início de uma boa fase, que apesar de não ter sido muito comemorada, dá gás para o time daqui pra frente. No próximo jogo, no sábado, 2, contra a equipe do Paraná em Curitiba, o Verdão pode começar a mostrar melhorias, que são extremamente necessárias para a próxima temporada, já na série A.



E agora, Corinthians?

Publicada na edição de 25 a 31 de outubro de 2013 do Jornal do Trem e Folha do Ônibus da FLC Comunicações Ltda.

Eliminado da Copa do Brasil, o clube tem ponteiros para acertar: o técnico e a equipe precisam se alinhar

Após o jogo da última quarta-feira, 23, ficou claro que muitas atitudes devem ser tomadas a favor do Corinthians. O time fez um jogo difícil e foi eliminado da Copa do Brasil nos pênaltis pelo Grêmio – e vai abalado para o clássico do próximo domingo contra o Santos, para disputar pontos no Campeonato Brasileiro.

Deixou a desejar
Pato, que anunciou aos quatro cantos antes do jogo que queria fazer pelo menos um gol no Grêmio, perdeu a oportunidade de maneira vergonhosa: recuou a bola ao bater um pênalti diante do goleiro Dida e perdeu a chance de garantir a vaga do Corinthians – sem contar que nos últimos dias perdeu a oportunidade de treinar chutes a gol e fazer jus ao seu salário milionário, ao invés de falar tanto.
O desempenho de Emerson Sheik também deixou a desejar: o jogador sofreu uma falta, bateu boca e foi expulso com 15 minutos em campo. Um dos poucos jogadores que vestiram a camisa e deu alegria a torcida, mesmo amargurando a derrota, foi o goleiro Walter, que defendeu muito bem o território do lesionado Cássio e conseguiu com que o time chegasse, pelo menos, a disputa de pênaltis.

A culpa é do técnico?
É muito comum no Brasil: quando o clube apresenta baixo desempenho, o primeiro a ser alvo de críticas, e que vê o seu pescoço na forca é o técnico. A filosofia “se não está apresentando resultados precisa sair” se aplica com força – e com Tite não seria diferente.
Com ele, o Corinthians ganhou os títulos inéditos da Libertadores e da Recopa Sul-Americana e abocanhou o seu segundo Mundial de Clubes da FIFA, sem contar o Campeonato Brasileiro em 2011 e o  Paulista em 2013. Tite apresentou um excelente desempenho nos anos em que esteve à frente do clube. É lamentável que a atual má fase aparentemente faça com que todos se esqueçam disso.
Os dirigentes do Corinthians – que até o fechamento dessa edição não se pronunciaram quanto ao futuro do técnico, mas que já se reuniram algumas vezes para discutir o assunto – a e torcida vêm exercendo pressão e demonstrando a sua insatisfação com Tite. Vale a pena analisar o quadro como um todo.

Trocar o líder resolve?
Dos técnicos, mais do que de ninguém, são exigidos bons resultados – que devem fazer jus aos seus altos salários. Portanto, a troca é algo natural na cultura do futebol brasileiro, considerando que mudanças na liderança são bem-vindas em momentos de crise, principalmente por conta da nova metodologia de trabalho e pelo empenho redobrado dos atletas, que querem mostrar serviço ao novo treinador. Essa filosofia, porém, não pode cegar a torcida, pois nenhum técnico trabalha sozinho. O comodismo pode partir do grupo.




quinta-feira, 21 de novembro de 2013

É preciso valorizar a prova do Enade

Publicada na edição de 18 a 24 de outubro de 2013 do Jornal do Trem e Folha do Ônibus da FLC Comunicações Ltda.


Se a faculdade ou universidade tiver boa pontuação no exame, o maior beneficiado será o aluno

Qual estudante nunca sentiu o peso da responsabilidade de fazer uma prova do Enade, o Exame Nacional de Desempenho de Estudantes? Ele mede o rendimento, as habilidades e as competências dos alunos conforme o conteúdo do curso e compara o desempenho do ensino da faculdade com a realidade brasileira e mundial.
Os recentemente lançados resultados de 2012 mostram, por exemplo, que os cursos de Administração ministrados em instituições públicas são melhores do que os ministrados em instituições privadas, em um conceito de 3,5 contra 2,8 - considerando que as notas vão de 0 a 5. Com a proximidade do próximo exame, que acontecerá em novembro, vale a pena reconhecer a importância do Enade.

Faça com prudência
Paula Veneroso, coordenadora no Centro Universitário FIEO, acredita que os alunos devem realizar a prova com responsabilidade. “Os estudantes precisam ver o exame como um instrumento a seu favor. Primeiro porque ferramentas como o Enade proporcionam que o Brasil leve a sério índices de qualidade, assim como em outros países, fazendo com que instituições públicas e privadas invistam verdadeiramente na qualidade dos cursos, das instalações, dos laboratórios e dos professores. E segundo, porque o Enade atesta a qualidade de cursos sérios e evidencia as instituições deficientes”. Trata-se de um instrumento valoroso para a educação brasileira.

Importância do Exame
O Enade faz parte do Sinaes (Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior), que tem o objetivo de medir a qualidade do ensino. “Tanto para renomadas faculdades quanto para centros universitários menores, exames como o Enade promovem o reconhecimento. Eu trabalho em uma universidade conhecida apenas em uma região, mas que obteve nota 4 no curso de jornalismo – o que a  colocou como a quarta melhor de São Paulo, uma metrópole que oferece mais de 200 cursos na área. É um parâmetro importante para que os próprios estudantes possam escolher a melhor universidade”, explica a coordenadora.

Você prestará?
Segundo dados do Inep (Instituto Nacional de Educação Profissional), prestarão o exame este ano os estudantes ingressantes e concluintes – alunos do primeiro e do último ano – dos cursos de bacharelado em Agronomia, Biomedicina, Educação Física, Enfermagem, Farmácia, Fisioterapia, Fonoaudiologia, Medicina, Medicina Veterinária, Nutrição, Odontologia, Serviço Social e Zootecnia, e os cursos tecnológicos de Agronegócio, Gestão Hospitalar, Gestão Ambiental e Radiologia.

Enade 2013
O Exame está previsto para acontecer em novembro. Além de questões específicas para cada área, haverá questões para avaliar a formação geral dos alunos.
Com quatro horas de duração, a prova têm 40 questões: 30 específicas – 27 de múltipla escolha e três discursivas – e 10 sobre conhecimentos gerais – sendo 8 de múltipla escolha e duas discursivas, segundo dados do Inep.
Paula Veneroso aconselha que os alunos encarem o Enade com a naturalidade com que enfrentam as suas avaliações da graduação, com prudência e responsabilidade.



Para Muricy, Rogério fica

Publicada na edição de 18 a 24 de outubro de 2013 do Jornal do Trem e Folha do Ônibus da FLC Comunicações Ltda.


Mesmo com a polêmica em torno da boa performance do goleiro, técnico acredita que não chegou a hora de aposentar as chuteiras

Não foi um, nem dois, nem três. O goleiro desperdiçou quatro pênaltis consecutivos nos últimos jogos, contra o Portuguesa, o Criciúma, o Bayern de Munique e agora contra o Corinthians. Mas, ao contrário do que dizem os torcedores, e também da própria expectativa do goleiro - que já anunciou estar pensando no final da carreira -, o técnico Muricy Ramalho não está disposto a abrir mão da ‘peça chave’ que tem no time, e pediu à direção que renove o contrato de Rogério.

Continua batendo pênaltis?
Quando atua como goleiro, pouco se pode reclamar sobre ele. Suas defesas têm salvado o São Paulo em inúmeros jogos, inclusive no último contra o Náutico - em que o time ganhou por 3X0. Sem contar que Rogério Ceni é um ídolo inestimável ao clube. Mas, como os fatos evidenciam, é possível que a sua insistência em bater pênaltis acabe atrapalhando o time.
Muricy falou aos quatro ventos que um goleiro como o Ceni não se encontra em qualquer lugar, muito menos da noite para o dia. Apesar de ter 40 anos, um pouco mais do que o esperado para jogadores em sua posição, o “mito” continua agarrando bem, atitude que faz a cabeça do Muricy.

Goleiro ou artilheiro?
Rogério foi sim estabelecido como o maior goleiro artilheiro do futebol mundial, o que é um feito incrível, e justamente por isso as suas falhas chamam tanta atenção. Há quem diga que, atualmente, o jogador não faça mais jus ao título.
Além de goleiro, Ceni é capitão, sabe o seu peso no time e na hora do aperto chama a responsabilidade dos pênaltis para si. Não se pode negar a sua força de vontade.

#Chateado
Assim como Rogério, qualquer jogador é suscetível a erros. Mas, como os internautas não perdoam nada – ainda mais os internautas que não torcem para o São Paulo – já estão sendo divulgadas nas redes sociais as famosas hashtags ridicularizando o ídolo. “#choravovô” e “#mito ou mico?” são as brincadeiras mais recorrentes dos últimos dias.

De olho no brasileirão
Os quatro principais times paulistas participam do campeonato com um rendimento bem abaixo do esperado. Entre eles, o Santos é o melhor colocado, figurando o 8º lugar da tabela. Nos últimos jogos empatou em zero a zero com o Internacional e ganhou da Ponte Preta por 2X1.
Já o São Paulo figura a 12ª posição, tendo ganhado o último jogo por 3X0 contra o Náutico e empatado, em 0X0, com o Corinthians – que segue logo atrás, na 13ª posição na tabela. Já o Palmeiras, que luta para abandonar a má fase, se mantém na liderança da segunda divisão devido a sequência de invencibilidade que conseguiu no campeonato.




Hemorroida: a doença que é um tabu

Publicada na edição de 18 a 24 de outubro de 2013 do Jornal do Trem e Folha do Ônibus da FLC Comunicações Ltda.


Deixe de lado as piadas de mau gosto. A coceira, a queimação, a dor e o sangramento precisam ser tratados

Vergonha. É o que faz com que muitas pessoas que sofrem de hemorroidas deixem de procurar um médico ou de falar abertamente sobre o assunto – o que de fato é uma bobagem, pois qualquer um está propenso a desenvolver a doença.
A causa é uma só: aplicar constante pressão sobre as veias do ânus. Essa pressão faz com que elas inflamem, inchem e até mesmo se externem. O cirurgião geral Silvio Gabor esclarece os principais mitos e verdades em relação ao surgimento e ao tratamento das hemorroidas.

É mentira
Há pessoas que dizem que “andar a cavalo ou de bicicleta”, “ficar muito tempo sentado no vaso sanitário”, e “fazer sexo anal” geram hemorroidas. Há até quem diga a bobagem de que “hemorroida causa câncer”. “Há essa confusão com o câncer porque alguns sintomas são parecidos, como o sangramento, por exemplo. Mas ele também pode ocorrer por conta de doenças do esôfago, estômago e intestino delgado”, explica o médico.
Já andar a cavalo ou de bicicleta só contribui para o surgimento das hemorroidas quando a pessoa passa boa parte do seu dia sentada sobre eles. Em relação ao ato de ficar muito tempo sentado na privada, o doutor Gabor explica que o problema é fazer muito esforço para evacuar, durante muito tempo.
“Já o ato sexual pode causar microtraumas e fissuras na região, mas não chega a ser a causa do problema. Os cuidados devem se relacionar, sim, à prevenção de transmissão de doenças e possíveis lesões no local por falta de relaxamento da musculatura e lubrificação”, acrescenta o médico.

Longe de mim
Fezes ressecadas muitas vezes resultam em prisão de ventre, a famosa dificuldade para ir ao banheiro. "Se a pessoa já tem o problema, o esforço repetitivo durante as evacuações pode levar ao crescimento das veias”, explica Gabor. Por isso, a melhor forma de se prevenir de hemorroidas é beber muita água e comer frutas, vegetais e grãos integrais – fontes de fibras, que ajudam na hidratação das fezes.

Xi, será que eu tenho?
As hemorroidas podem ser internas ou externas ao ânus, sendo que as externas incomodam mais, porque são palpáveis e coçam. É importante saber que a dor não é um sintoma obrigatório. “O único sinal da hemorroida interna, por exemplo, pode ser a presença de sangue na evacuação”, explica o médico. Vale a pena estar atento aos sinais.

Como é o tratamento?
Os médicos indicam pomadas, que minimizam o desconforto – mas não curam o problema. A veia hemorroidária, uma vez dilatada, exige muitos cuidados para voltar ao seu estado normal.
O doutor Silvio Gabor indica um banho de assento para aliviar os sintomas: o paciente deve permanecer sentado em uma bacia com água morna por aproximadamente cinco minutos, três a quatro vezes ao dia. É interessante também que os pacientes evitem alimentos picantes, que irritam os tecidos inflamados e evitem fazer atividades que exijam força, como a musculação, por exemplo.
Em casos mais graves, a cirurgia ou o estrangulamento da veia afetada pode ser a solução.

Atenção, grávidas 
A gestação e o parto favorecem a dilatação dos vasos do ânus por conta do aumento de peso e da pressão exercida sobre a região pélvica. “A maioria das grávidas têm hemorroidas, mas os sintomas geralmente são discretos e não exigem medicamentos, apenas mudanças na alimentação” explica o médico.
É preciso também estar atenta ao período de amamentação, que é quando a mulher perde muita água para produzir o leite materno. “As mamães devem se hidratar para não ter as fezes ressecadas”, finaliza Silvio Gabor.



O presente que realmente importa

Publicada na edição de 11 a 17 de outubro de 2013 do Jornal do Trem e Folha do Ônibus da FLC Comunicações Ltda.


Carinho, atenção e amor. Tudo isso é o melhor que se pode dar a qualquer criança – inclusive àquelas que vivem em abrigos

Enquanto muitos pais se preocupam com o melhor presente para os seus filhos neste Dia das Crianças, muitos pequenos passam pela data em abrigos, esperando muito mais do que bonecas e bolas: elas sonham com carinho e afeto.

Visite
É bem mais fácil do que se imagina fazer uma criança feliz. Visitando um abrigo com aproximadamente 20 crianças, a equipe do Jornal do Trem & Folha do Ônibus constatou que praticamente nenhum dos pequenos deu tanta atenção aos brinquedos quanto para os colos, abraços e beijos dos adultos ali presentes.
“Tia, olha o meu cabelo”, “tio, olha o que eu sei fazer” e “tia, olha a minha maquiagem”. Essas foram as frases mais ouvidas em um momento de troca de energias agradável tanto para os pequenos quanto para os mais velhos. Não há quem não tenha saído de lá mais feliz e também um pouco indignado com o fato de que muitas crianças esperam por adoção.

Os filhos do Brasil
Em nosso país há cerca de 5.500 crianças e adolescentes registradas no Cadastro Nacional de Adoção. A maior parte delas é parda e tem 14 anos. Do total, aproximadamente 1.300 estão no estado de São Paulo. Em contraponto, há registrados, no mesmo cadastro, cerca de 30 mil pretendes para adoção – o que evidencia a lentidão do sistema e o quão complicado é adotar no Brasil.
“Cada ser humano é único, portanto assimila e reage de forma diferente às experiências da vida. Mas, é possível observar na maioria das crianças que aguardam para ser adotadas, uma mistura contraditória de sensações e sentimentos, que passa por raiva, medo e tristeza até chegar à esperança, alívio e alegria”, explica a psicóloga Cláudia Souza.

Adote: uma atitude de carinho
Independente de querer ou não adotar uma criança ou um jovem, qualquer pessoa pode e deve olhar para eles, não apenas nesse dia das crianças, mas o ano todo. Não é necessário muito trabalho para localizar uma instituição e se programar para fazer uma visita, mesmo que rápida, só para dar colo a algumas crianças, gastar energia brincando com as maiores ou bater um papo com os adolescentes.
“É sempre positivo que pessoas bem intencionadas e afetivamente equilibradas se aproximem de crianças abrigadas em instituições como orfanatos, pois só de estar presente já mostra para elas algo diferente daquilo que estão acostumadas. Apenas a presença já evidencia modelos de adultos com grande capacidade de acolhimento e proteção, o que, sem dúvida, exerce uma influência positiva ao desenvolvimento saudável da segurança e da autoestima dessas crianças”, conta a psicóloga. Não é à toa que qualquer pessoa sai de uma visita como essa se sentido renovado e muito importante. “A troca de afeto nutre ambas as partes e humaniza consideravelmente os envolvidos”, explica a doutora.

Incentive os seus filhos
Nunca é cedo demais para aprender o valor da troca de energias. Leve os seus pequenos para interagir com as crianças que estão em situações diferentes da delas, mesmo que ainda tenham idade suficiente apenas para brincar. Essa interação é muito valorosa para que possam crescer respeitando ao próximo e reconhecendo a importância de fazer o bem a outras pessoas.