Publicada
na edição de 6 a 12 de setembro de 2013 do Jornal do Trem e Folha do Ônibus da
FLC Comunicações Ltda.
Enquanto brasileiro
você se preocupa com as questões que realmente importam no seu país?
Ser um bom
cidadão é muito mais do que se preocupar com o meio ambiente, apagar as luzes
ao sair de casa e separar o lixo para reciclagem. É estar atento aos
acontecimentos relevantes no país. A preocupação com a qualidade da educação, da
saúde e da segurança são fatores que motivam o cidadão a ser mais participativo
em sociedade e evita que ele seja facilmente manipulado ou afastado das
decisões políticas.
Nas eleições
presidenciais de 2010, aproximadamente 25% da população deixou de exercer o
direito de votar ou votou branco ou nulo. 1/4 da população brasileira, seja por
falta de esclarecimento eleitoral ou por desinteresse pela política, deixou de
fazer escolhas importantes.
“A maneira
como a política é desenvolvida em nosso país afugenta as pessoas. A toda hora
vemos escândalos, desonestidade, corrupção e tantas outras coisas que nos fazem
querer distância dos atores da política”, acredita Danilo Barboza, diretor
geral do Movimento Voto Consciente.
Eu não gosto de política
Além de
direitos e deveres, o cidadão brasileiro tem a possibilidade de participar do
destino da sociedade: votar e ser votado. A cidadania elimina a ideia de que as
pessoas ricas têm direitos e benefícios e as pobres têm apenas obrigações. Qualquer
cidadão pode e deve ter envolvimento com os valores culturais, sociais e
políticos do seu país, a fim de melhorá-lo. Há um ditado popular que diz que o
destino de quem não gosta de política é ser governado por quem gosta.
“A política
faz parte do nosso dia a dia e das nossas preocupações: é a atuação do governo
em relação à educação, segurança, saúde, habitação, etc. Na maioria das vezes
refletimos sobre ela sem nos darmos conta”, explica Danilo.
Cidadania é necessária
Ser cidadão
é ser consciente e crítico sobre as coisas que acontecem a sua volta e não ter
um pensamento egoísta – de se preocupar apenas com coisas ligadas a si próprio.
Há, por exemplo, quem seja a favor das manifestações, desde que não fechem o
caminho o qual elas passarão para chegar ao trabalho, à faculdade ou ao
aeroporto.
“Não existe
uma educação para a cidadania, nem em casa, nem nas escolas. O resultado é que
muitas pessoas não têm noção da importância da política em suas vidas”, afirma
Danilo.
O Brasil, samba que dá
O que você
acha que é preciso ser feito nesse país? Pensar essa questão expressa o
verdadeiro sentido de ser cidadão. Muitas pessoas preferem se preocupar com os
reality shows, as novelas e as novidades do mundo dos famosos do que com
questões relevantes. Exemplo? A vinda dos médicos estrangeiros ao Brasil. Qual
é a sua opinião sobre isso? Você entende o porquê dessa atitude, tida como
emergencial? A intenção de criar mais vagas nos cursos de medicina e a proposta
de que estudantes trabalhem, obrigatoriamente, por dois anos na rede de saúde
pública lhe agrada? Espera-se que assuntos relevantes como esse sejam discutidos
em rodas de bate papo, entre amigos e familiares.
Voto consciente
Em 2014 o
Brasil vota para eleger presidente, governador, senador, deputado federal e
deputado estadual. Segundo Danilo Barboza, “mesmo que o brasileiro não esteja satisfeito com nenhum
candidato, deve procurar definir critérios e identificar alguém em que possa
votar, mesmo que não seja com total satisfação. O que não se pode é abrir mão
do direito de escolha. Se o voto for branco ou nulo o eleitor deixa na mão dos
outros a escolha do presidente do país pelos quatro anos seguintes. E, se não
fizer uma escolha, não deverá mais tarde reclamar do governo, pois não
contribuiu para eleger outro melhor”.
Comprometa-se
em pesquisar candidatos. O site www.excelencias.org.br disponibiliza
informações sobre todos os parlamentares em exercício na Câmara dos Deputados e
no Senado. A produtividade de cada um, como votou no plenário, as matérias que
propôs, o quanto utilizou do dinheiro público para viagens, hospedagens e
transporte e inclusive quantas vezes o candidato faltou em seus compromissos
são evidenciadas. Vale a pena checar esse tipo de informação antes de ir às urnas.
Próximas manifestações
Há rumores
nas redes sociais de que no dia 7 de setembro, data em que se comemora a
independência do Brasil, haverá novas manifestações. É interessante que o povo cobre e exija mudanças
específicas e continue se manifestando até que elas aconteçam. Essa atitude,
realizada conscientemente, é uma forte manifestação de cidadania.
“Ir às ruas é uma forma clássica de se fazer ouvir. A tomada dos ambientes
públicos pela população é uma forma consagrada e importante, certamente a mais
eficaz e que causa maior visibilidade. Ocupar as ruas é um jeito democrático de
expressar insatisfação”, afirma o sociólogo Aurélio Eduardo.