Publicada na edição de 11 a 17 de outubro de
2013 do Jornal do Trem e Folha do Ônibus da FLC Comunicações Ltda.
Carinho, atenção e amor.
Tudo isso é o melhor que se pode dar a qualquer criança – inclusive àquelas que
vivem em abrigos
Enquanto muitos pais se preocupam com o
melhor presente para os seus filhos neste Dia das Crianças, muitos pequenos
passam pela data em abrigos, esperando muito mais do que bonecas e bolas: elas
sonham com carinho e afeto.
Visite
É bem mais fácil do que se imagina
fazer uma criança feliz. Visitando um abrigo com aproximadamente 20 crianças,
a equipe do Jornal do Trem & Folha do Ônibus constatou que praticamente
nenhum dos pequenos deu tanta atenção aos brinquedos quanto para os colos, abraços
e beijos dos adultos ali presentes.
“Tia, olha o meu cabelo”, “tio, olha o
que eu sei fazer” e “tia, olha a minha maquiagem”. Essas foram as frases mais
ouvidas em um momento de troca de energias agradável tanto para os pequenos quanto
para os mais velhos. Não há quem não tenha saído de lá mais feliz e também um
pouco indignado com o fato de que muitas crianças esperam por adoção.
Os
filhos do Brasil
Em nosso país há cerca de 5.500
crianças e adolescentes registradas no Cadastro Nacional de Adoção. A maior
parte delas é parda e tem 14 anos. Do total, aproximadamente 1.300 estão no
estado de São Paulo. Em contraponto, há registrados, no mesmo cadastro, cerca
de 30 mil pretendes para adoção – o que evidencia a lentidão do sistema e o
quão complicado é adotar no Brasil.
“Cada ser humano é único, portanto
assimila e reage de forma diferente às experiências da vida. Mas, é possível
observar na maioria das crianças que aguardam para ser adotadas, uma mistura
contraditória de sensações e sentimentos, que passa por raiva, medo e tristeza
até chegar à esperança, alívio e alegria”, explica a psicóloga Cláudia Souza.
Adote:
uma atitude de carinho
Independente de querer ou não adotar
uma criança ou um jovem, qualquer pessoa pode e deve olhar para eles, não
apenas nesse dia das crianças, mas o ano todo. Não é necessário muito trabalho
para localizar uma instituição e se programar para fazer uma visita, mesmo que
rápida, só para dar colo a algumas crianças, gastar energia brincando com as
maiores ou bater um papo com os adolescentes.
“É sempre positivo que pessoas bem
intencionadas e afetivamente equilibradas se aproximem de crianças abrigadas em
instituições como orfanatos, pois só de estar presente já mostra para elas algo
diferente daquilo que estão acostumadas. Apenas a presença já evidencia modelos
de adultos com grande capacidade de acolhimento e proteção, o que, sem dúvida, exerce
uma influência positiva ao desenvolvimento saudável da segurança e da autoestima
dessas crianças”, conta a psicóloga. Não é à toa que qualquer pessoa sai de uma
visita como essa se sentido renovado e muito importante. “A troca de afeto nutre
ambas as partes e humaniza consideravelmente os envolvidos”, explica a doutora.
Incentive
os seus filhos
Nunca é cedo demais para aprender o
valor da troca de energias. Leve os seus pequenos para interagir com as crianças
que estão em situações diferentes da delas, mesmo que ainda tenham idade
suficiente apenas para brincar. Essa interação é muito valorosa para que possam
crescer respeitando ao próximo e reconhecendo a importância de fazer o bem a
outras pessoas.
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