quarta-feira, 11 de setembro de 2013

Exerça melhor o seu papel de cidadão

Publicada na edição de 6 a 12 de setembro de 2013 do Jornal do Trem e Folha do Ônibus da FLC Comunicações Ltda.


Enquanto brasileiro você se preocupa com as questões que realmente importam no seu país?


Ser um bom cidadão é muito mais do que se preocupar com o meio ambiente, apagar as luzes ao sair de casa e separar o lixo para reciclagem. É estar atento aos acontecimentos relevantes no país. A preocupação com a qualidade da educação, da saúde e da segurança são fatores que motivam o cidadão a ser mais participativo em sociedade e evita que ele seja facilmente manipulado ou afastado das decisões políticas.
Nas eleições presidenciais de 2010, aproximadamente 25% da população deixou de exercer o direito de votar ou votou branco ou nulo. 1/4 da população brasileira, seja por falta de esclarecimento eleitoral ou por desinteresse pela política, deixou de fazer escolhas importantes.
“A maneira como a política é desenvolvida em nosso país afugenta as pessoas. A toda hora vemos escândalos, desonestidade, corrupção e tantas outras coisas que nos fazem querer distância dos atores da política”, acredita Danilo Barboza, diretor geral do Movimento Voto Consciente.

Eu não gosto de política
Além de direitos e deveres, o cidadão brasileiro tem a possibilidade de participar do destino da sociedade: votar e ser votado. A cidadania elimina a ideia de que as pessoas ricas têm direitos e benefícios e as pobres têm apenas obrigações. Qualquer cidadão pode e deve ter envolvimento com os valores culturais, sociais e políticos do seu país, a fim de melhorá-lo. Há um ditado popular que diz que o destino de quem não gosta de política é ser governado por quem gosta.
“A política faz parte do nosso dia a dia e das nossas preocupações: é a atuação do governo em relação à educação, segurança, saúde, habitação, etc. Na maioria das vezes refletimos sobre ela sem nos darmos conta”, explica Danilo.

Cidadania é necessária
Ser cidadão é ser consciente e crítico sobre as coisas que acontecem a sua volta e não ter um pensamento egoísta – de se preocupar apenas com coisas ligadas a si próprio. Há, por exemplo, quem seja a favor das manifestações, desde que não fechem o caminho o qual elas passarão para chegar ao trabalho, à faculdade ou ao aeroporto.
“Não existe uma educação para a cidadania, nem em casa, nem nas escolas. O resultado é que muitas pessoas não têm noção da importância da política em suas vidas”, afirma Danilo.

O Brasil, samba que dá
O que você acha que é preciso ser feito nesse país? Pensar essa questão expressa o verdadeiro sentido de ser cidadão. Muitas pessoas preferem se preocupar com os reality shows, as novelas e as novidades do mundo dos famosos do que com questões relevantes. Exemplo? A vinda dos médicos estrangeiros ao Brasil. Qual é a sua opinião sobre isso? Você entende o porquê dessa atitude, tida como emergencial? A intenção de criar mais vagas nos cursos de medicina e a proposta de que estudantes trabalhem, obrigatoriamente, por dois anos na rede de saúde pública lhe agrada? Espera-se que assuntos relevantes como esse sejam discutidos em rodas de bate papo, entre amigos e familiares.

Voto consciente
Em 2014 o Brasil vota para eleger presidente, governador, senador, deputado federal e deputado estadual. Segundo Danilo Barboza, “mesmo que o brasileiro não esteja satisfeito com nenhum candidato, deve procurar definir critérios e identificar alguém em que possa votar, mesmo que não seja com total satisfação. O que não se pode é abrir mão do direito de escolha. Se o voto for branco ou nulo o eleitor deixa na mão dos outros a escolha do presidente do país pelos quatro anos seguintes. E, se não fizer uma escolha, não deverá mais tarde reclamar do governo, pois não contribuiu para eleger outro melhor”.
Comprometa-se em pesquisar candidatos. O site www.excelencias.org.br disponibiliza informações sobre todos os parlamentares em exercício na Câmara dos Deputados e no Senado. A produtividade de cada um, como votou no plenário, as matérias que propôs, o quanto utilizou do dinheiro público para viagens, hospedagens e transporte e inclusive quantas vezes o candidato faltou em seus compromissos são evidenciadas. Vale a pena checar esse tipo de informação antes de ir às urnas.

Próximas manifestações
Há rumores nas redes sociais de que no dia 7 de setembro, data em que se comemora a independência do Brasil, haverá novas manifestações. É interessante que o povo cobre e exija mudanças específicas e continue se manifestando até que elas aconteçam. Essa atitude, realizada conscientemente, é uma forte manifestação de cidadania.
“Ir às ruas é uma forma clássica de se fazer ouvir. A tomada dos ambientes públicos pela população é uma forma consagrada e importante, certamente a mais eficaz e que causa maior visibilidade. Ocupar as ruas é um jeito democrático de expressar insatisfação”, afirma o sociólogo Aurélio Eduardo.






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