Publicada
na edição de 9 a 15 de agosto de 2013 do Jornal do Trem e Folha do Ônibus da
FLC Comunicações Ltda.
Mulheres
deixam de amamentar por acreditarem que outros alimentos possam ser mais
nutritivos ao seu bebê
Nos primeiros meses de vida do bebê a
mãe se preocupa em garantir a melhor alimentação que ele pode ter. Boas mamadas,
em intervalos de tempos programados,
garantem a sensação de que a criança está sendo bem alimentada. Mas, na medida
em que o bebê vai crescendo, surge o medo de que o leite materno não seja o
suficiente para garantir o seu sustento por completo.
A falta de informações sobre a
importância do aleitamento materno é uma realidade comum em hospitais públicos e
particulares. Atualmente, apenas 38% das crianças no mundo se alimentam
exclusivamente de leite materno nos seis primeiros meses de vida, de acordo com
dados da Organização Mundial da Saúde. A intenção é que até 2025 esse número
chegue a, pelo menos, 50%.
Benefícios
do leite materno
Segundo
o Ministério da Saúde qualquer criança pode, e deve, se alimentar apenas do
leite materno nos seus seis primeiros meses de vida, não precisando comer ou
beber mais nada - nem mesmo água ou chás, pois nele há tudo que o bebê
necessita para estar nutrido, crescer e se desenvolver com saúde. O leite materno
é o único alimento que fornece nutrientes importantes para o desenvolvimento
cerebral, que combatem infecções, protegem a criança contra bactérias e vírus e
evitam diarreias. Ainda segundo o Ministério da Saúde, o recém-nascido
alimentado apenas com o leite materno tende a ser recuperar de doenças com mais
facilidade.
Não
diversifique a dieta
Por acreditar que outros alimentos são
mais práticos, nutritivos e benéficos para o bebê, muitas mães passam a dar leites
industrializados, mingaus, cereais e papinhas industrializadas – itens considerados
calóricos e que podem induzir o desenvolvimento de diabetes, alergias e
obesidade infantil. A Organização Mundial da Saúde aconselha que apenas depois
de passados os seis primeiros meses de vida sejam inseridos na alimentação da
criança papinhas de frutas e de legumes – sem necessariamente interromper a
amamentação, que pode ser continuada até os dois anos de idade. “O bebê que
mama no peito desenvolve melhor o rosto, a boca, a mordida e principalmente o
sistema respiratório”, afirma o pediatra Marcus Renato, especialista em
aleitamento materno.
Fortalecendo
o vínculo
“Crianças pequenas precisam e sentem
prazer em sugar, pois estão na fase oral. O contato com a pele da mãe e o mamar
no peito são tranquilizantes e extremamente benéficos ao bebê”, explica Marcus
Renato, que é contra o incentivo ao uso da mamadeira antes dos seis meses de
idade.
“Usar a mamadeira faz com que o bebê
desaprenda a mamar no peito, o que diminui a produção de leite. Esqueça a
história de que se tomar muita água, beber cerveja preta ou comer canjica
produzirá mais leite, pois o que estimula a produção é a própria sucção do bebê.
Tanto que boa parte do leite materno é produzida durante as mamadas”, esclarece
o pediatra.
Benefícios
à mulher
Além de fortalecer o vínculo entre a
mãe e o bebê, a amamentação diminui os riscos de a mulher desenvolver anemia, osteoporose,
doenças cardíacas, câncer de mama e de ovário, depressão e hemorragia pós-parto,
além ser um ato prazeroso e que aumenta a autoestima. “Eu amava dar o “mamar”
das minhas filhas. Eu me sentia essencial, como se ninguém pudesse dar a elas o
que eu estava dando naquele momento: muito amor, carinho e um bom alimento”,
lembra Mara Santos, mãe de duas meninas.
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