sexta-feira, 7 de junho de 2013

Como a inflação afeta o seu dia-a-dia?

Publicada na edição de 7 a 13 de junho de 2013 do Jornal do Trem e Folha do Ônibus da FLC Comunicações Ltda.



Se os preços dos produtos sobem e o seu salário continua o mesmo você é diretamente atingido por ela

Leandro Cordeiro, membro da CF Brasil Consultoria Financeira, explica que a inflação é o que faz com o trabalhador, que recebe todo mês o mesmo salário, tenha menos poder de compra com o passar do tempo. Exemplo: Em um país com inflação a 10% ao mês, uma pessoa compra 2kg de feijão por R$ 10,00. No mês seguinte, para comprar a mesma quantidade, precisará de R$ 11,00.
“Quem geralmente perde com a alta da inflação são os trabalhadores mais pobres, com pouco dinheiro no bolso e com um orçamento familiar comprometido, que tem pouca flexibilidade financeira para possíveis variações nos preços dos produtos que consome. Como o seu salário não é reajustado mensalmente, seu poder de compra só vai diminuindo”, diz.
Reinaldo Domingos, presidente da DSOP Educação Financeira, explica que “a inflação interfere diretamente no dia a dia do brasileiro, pois pode subir cerca de 12% ao ano enquanto o salário do trabalhador aumenta, em média, 6% ao ano”.

O que causa a inflação?
Especialistas afirmam que vários fatores podem causar a inflação, mas o principal deles é a relação entre oferta e demanda. “Quando muitas pessoas compram determinado produto, as empresas tendem a aumentar os preços. Foi o que aconteceu com o tomate nos últimos meses. A demanda esteve maior que a oferta. O inverso acontece quando os produtos não vendem, os preços caem e a inflação retrai”, explica Reinaldo.
Atualmente a população está consumindo mais e menos produtos estão disponíveis, o que gera o aumento nos preços. “Tudo está integrado. O mercado de trabalho vem passando por melhorias, os índices de desemprego estão reduzidos e o trabalhador passou a ser mais consumista”, relata Leandro.
Reinaldo esclarece que o aumento no valor de determinados produtos tende a puxar os outros e que a inflação é medida em partes separadas, como alimentação, vestuário, eletrônicos etc. “Cada família sente o aumento de um jeito, por que consome coisas diferentes”, afirma.

O caso do tomate
“O tomate sofreu um aumento de preço exorbitante nos últimos meses. Além dos fatores que normalmente alteram os índices inflacionários, a seca no nordeste e as chuvas na Região Sul influenciaram na alta do valor cobrado pelo alimento. Querendo ou não, neste momento foi testado até quanto o consumidor é capaz de pagar pelo tomate”, explica Leandro.
A dica de Reinaldo é que cada família tenha o seu próprio controle. “Busque perceber a inflação na sua casa, pelos itens que você consome. Se R$ 100,00 hoje não compram a mesma quantidade de produtos do que há alguns anos significa que a família deve se adaptar, e não esperar que o governo controle a inflação. Sei que isso é algo difícil de praticar, por que todos querem continuar com os mesmo benefícios ou, se possível, melhorar. Mas o importante é não perder o equilibro financeiro ou se endividar. Não se preocupe com o índice oficial da inflação. Quando a informação chega, você já está vivendo uma nova realidade nos preços há muito tempo”.

Como o governo controla
O principal instrumento de combate à inflação é taxa SELIC (Sistema Especial de Liquidação e Custódia), fixada pelo Banco Central. Ela é a responsável por aumentar ou diminuir os juros, tornando mais caro ou mais barato o crédito, o que consequentemente incentiva ou freia o consumo da população. “O governo dificulta o uso do credito para desacelerar o consumo, fazendo com que os preços voltem a subir. É uma balança”, explica Leandro.





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