Publicada
na edição de 7 a 13 de junho de 2013 do Jornal do Trem e Folha do Ônibus da FLC
Comunicações Ltda.
Se os
preços dos produtos sobem e o seu salário continua o mesmo você é diretamente
atingido por ela
Leandro
Cordeiro, membro da CF Brasil Consultoria Financeira, explica que a inflação é o
que faz com o trabalhador, que recebe todo mês o mesmo salário, tenha menos poder
de compra com o passar do tempo. Exemplo: Em um país com inflação a 10% ao mês,
uma pessoa compra 2kg de feijão por R$ 10,00. No mês seguinte, para comprar a
mesma quantidade, precisará de R$ 11,00.
“Quem
geralmente perde com a alta da inflação são os trabalhadores mais pobres, com
pouco dinheiro no bolso e com um orçamento familiar comprometido, que tem pouca
flexibilidade financeira para possíveis variações nos preços dos produtos que consome.
Como o seu salário não é reajustado mensalmente, seu poder de compra só vai
diminuindo”, diz.
Reinaldo
Domingos, presidente da DSOP Educação Financeira, explica que “a inflação interfere
diretamente no dia a dia do brasileiro, pois pode subir cerca de 12% ao ano
enquanto o salário do trabalhador aumenta, em média, 6% ao ano”.
O que causa a inflação?
Especialistas
afirmam que vários fatores podem causar a inflação, mas o principal deles é a
relação entre oferta e demanda. “Quando muitas pessoas compram determinado
produto, as empresas tendem a aumentar os preços. Foi o que aconteceu com o
tomate nos últimos meses. A demanda esteve maior que a oferta. O inverso acontece
quando os produtos não vendem, os preços caem e a inflação retrai”, explica
Reinaldo.
Atualmente
a população está consumindo mais e menos produtos estão disponíveis, o que gera
o aumento nos preços. “Tudo está integrado. O mercado de trabalho vem passando
por melhorias, os índices de desemprego estão reduzidos e o trabalhador passou
a ser mais consumista”, relata Leandro.
Reinaldo
esclarece que o aumento no valor de determinados produtos tende a puxar os outros
e que a inflação é medida em partes separadas, como alimentação, vestuário,
eletrônicos etc. “Cada família sente o aumento de um jeito, por que consome
coisas diferentes”, afirma.
O caso do tomate
“O tomate
sofreu um aumento de preço exorbitante nos últimos meses. Além dos fatores que
normalmente alteram os índices inflacionários, a seca no nordeste e as chuvas
na Região Sul influenciaram na alta do valor cobrado pelo alimento. Querendo ou
não, neste momento foi testado até quanto o consumidor é capaz de pagar pelo tomate”,
explica Leandro.
A dica
de Reinaldo é que cada família tenha o seu próprio controle. “Busque perceber a
inflação na sua casa, pelos itens que você consome. Se R$ 100,00 hoje não
compram a mesma quantidade de produtos do que há alguns anos significa que a
família deve se adaptar, e não esperar que o governo controle a inflação. Sei
que isso é algo difícil de praticar, por que todos querem continuar com os
mesmo benefícios ou, se possível, melhorar. Mas o importante é não perder o
equilibro financeiro ou se endividar. Não se preocupe com o índice oficial da
inflação. Quando a informação chega, você já está vivendo uma nova realidade
nos preços há muito tempo”.
Como o governo controla
O
principal instrumento de combate à inflação é taxa SELIC (Sistema Especial de
Liquidação e Custódia), fixada pelo Banco Central. Ela é a responsável por
aumentar ou diminuir os juros, tornando mais caro ou mais barato o crédito, o que
consequentemente incentiva ou freia o consumo da população. “O governo
dificulta o uso do credito para desacelerar o consumo, fazendo com que os
preços voltem a subir. É uma balança”, explica Leandro.
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