Publicada
na edição de 31 de maio a 6 de junho de 2013 do Jornal do Trem e Folha do
Ônibus da FLC Comunicações Ltda.
Pesquisa da Unesp indicou contaminação em água mineral natural vendida em garrafas
Pesquisadores da Faculdade de Ciências
Farmacêuticas da UNESP (Universidade Estadual de São Paulo) em Araraquara
avaliaram a qualidade da água mineral das garrafas de meio litro, de um litro e
meio e de vinte litros na intenção de gerar dados para ajudar a melhorar a
qualidade do produto. Foram detectadas contaminações antes mesmo do vencimento
do prazo de validade.
Resultados
Realizada
pela pós-doutoranda Maria Fernanda Falcone Dias, com a coautoria do professor
Adalberto Farache Filho, a pesquisa encontrou em grande parte das amostras
analisadas níveis de bactérias heterotróficas (que se alimentam de restos de
organismos mortos) em quantidades significativas. O professor Adalberto nos explica
que a água mineral não passa por nenhum tipo de tratamento justamente para não
perder suas características originais, sais e micróbios considerados benéficos
à saúde. “Isso é determinado por lei. Se ela passar por tratamento deixa de ser
classificada como água mineral natural”.
Mas será que vale a pena ter os sais e
micróbios benéficos, se considerarmos os níveis de contaminação encontrados?
“Não podemos afirmar que as amostras pesquisadas estavam impróprias para
consumo, pois não temos padrão determinado para isso. Inclusive algumas das bactérias
estão presentes na água de maneira natural, pois fazem parte dos seus
componentes”, afirma Adalberto.
Os galões de 20 litros
Os
resultados da pesquisa demonstraram que entre todas as analises os que mais
apresentaram problemas em relação a bactérias heterotróficas foram os galões de 20 litros. Em dois terços dos garrafões analisados o
nível de contaminação observado foi mais de mil vezes acima do limite aceitável
adotado na pesquisa e recomendado para as águas dos sistemas públicos. “Observamos
índices elevados, mas essas bactérias podem se multiplicar e depois se
reduzirem. Quanto a isso, não chegamos a uma conclusão definitiva”, conta o
professor.
A pesquisa apontou que na água de dois
dos sessenta galões obervados foram detectadas a bactéria P. aeruginosa, que pode
agravar o estado de saúde de quem tiver o sistema imunológico comprometido, e também
bactérias do grupo enterococos, que costumam ser usadas como indicadores de
contaminação por fezes de seres humanos ou animais. Adalberto alega que “essas
bactérias podem estar presentes na própria fonte e no ambiente, principalmente
no solo” e que os registros aconteceram em “níveis insuficientes para
determinar se a água mineral pode causar danos à saúde”.
Água da torneira
Enquanto
a mineral não passa por tratamento, a água da torneira, que vem do abastecimento
público, passa por tratamento químico e físico e tem a sua qualidade verificada
obrigatoriamente antes de ser distribuída. “É
opção de cada consumidor beber água mineral ou água do sistema público, desde
que considere a qualidade e a confiança que tem em cada um dos fornecedores.
Também é decisão de cada família optar por usar filtros domésticos. Acredito
que tudo depende da qualidade da água que ela tem acesso pelo sistema de
abastecimento público”, explica Adalberto.
Se colocar na ponta do lápis o quanto
gastam mensalmente com água mineral engarrafada, é possível que algumas
famílias percebam que vale a pena adquirir um filtro. Portanto é interessante
conhecer os principais tipos disponíveis no mercado.
Tipos
de filtros
O sistema de filtragem com mineiras é o
presente nos filtros de barro. Ele elimina impurezas, o que ajuda a evitar
doenças, e neutraliza o sabor da água. Um filtro de barro simples pode custar
aproximadamente R$ 80,00.
Já o sistema de filtragem com carvão ativado
é capaz de absorver parte do cloro presente na água, neutralizando o sabor. Renato
Oliveira, consultor da Casa dos Bebedouros, explica que esse tipo de filtro também
remove impurezas que podem vir do encanamento da casa ou do prédio. O custo
aproximado de um purificador simples com esse sistema é de R$ 100,00.
Nenhum comentário:
Postar um comentário