Publicada na edição de 10 a
16 de maio de 2013 do Jornal do Trem e Folha do Ônibus da FLC Comunicações
Ltda.
Mesmo
que o orçamento esteja apertado, especialistas indicam que você tenha uma
reserva para emergências
Guardar
dinheiro não é uma tarefa fácil, afinal ninguém anda por aí com dinheiro
sobrando. “Sobram dias no final do salário”, já diz o ditado popular. E para
complicar ainda mais a situação, imprevistos acontecem nas melhores famílias.
Um
acidente de carro, a necessidade de comprar um remédio ou de fazer um
tratamento de saúde são situações que não podem ser evitadas. Mas, com
planejamento, elas podem ser previstas e causar menos impacto.
“Uma
reserva trás maior tranquilidade e tempo para resolver as adversidades, além de
evitar a dor de cabeça de ter que pedir dinheiro emprestado a conhecidos ou de
ter que ir às pressas ao banco e se sujeitar a juros que, muitas vezes, são
abusivos”, conta Leonardo Gonçalves, membro da CF Brasil Consultoria
Financeira. Reunimos dicas de especialistas para que você consiga ter uma
reserva de dinheiro para situações emergenciais.
Como eu faço pra poupar?
“Para
as pessoas que não gostam ou não têm o hábito de guardar dinheiro a melhor
alternativa é abrir uma conta poupança e solicitar ao gerente uma transferência
automática todos os meses, no mesmo dia em que o salário é creditado, como se
fosse um depósito obrigatório. Desta forma, não vai dar tempo de gastar”, dá a
dica o consultor financeiro Gabriel Martins.
“Poupar
dinheiro deve se tornar um hábito” acredita Augusto Sabóia, planejador
financeiro familiar. “A vida não é um evento, e sim uma jornada. No decorrer do
caminho todos estão sujeitos a surpresas. Ter reservas é estar financeiramente
seguro”, diz.
E se o mês estiver
apertado?
“Antes
de começar a guardar, cada família deve organizar o seu orçamento para reduzir
os gastos e então poupar uma parte do dinheiro. Marido, mulher e filhos devem
estabelecer as prioridades, separando as necessidades dos desejos”, explica
Gabriel Martins.
Augusto
Sabóia sabe como as coisas são e brinca. “Se você e sua família guardarem
dinheiro não contem nada a ninguém, pois se souberem que vocês guardam vão
pedir emprestado. Se alguém te perguntar, diga que a coisa está feia e que você
também está precisando”, brinca.
Qual é o valor ideal?
“É
recomendável que cada família tenha uma reserva equivalente a seis meses de
salário, para emergências. Se um encanador autônomo, por exemplo, ficar doente
e impossibilitado de trabalhar, não terá renda para manter a sua casa e
sustentar a sua família durante o tempo do tratamento. Em casos como esses a
reserva financeira é muito importante. Para calcular o valor ideal, usemos como
exemplo uma pessoa que ganhe R$ 1.000,00 por mês. Ela deve ter uma poupança de
R$ 6.000,00. Se depositar mensalmente R$ 100,00, em cinco anos estará
tranquila”, esclarece Gabriel.
Quem tem filhos deve poupar
mais?
Famílias
com crianças podem precisar, eventualmente, de comprar algum remédio ou
realizar um tratamento específico. “Ter um plano de saúde ou uma reserva de
dinheiro no banco oferece segurança”, lembra Augusto Sabóia.
“Os
preços dos tratamentos variam, dependendo da doença que a criança está
sofrendo. Se adquirir uma infecção será necessário o uso de antibióticos, que
geralmente são caros, custam no mínimo R$ 100,00. A poupança garante isso”,
recomenda Gabriel. Ter o dinheiro reservado evita o comprometimento do
orçamento do mês.
E quem tem carro?
Os
especialistas acreditam que o melhor é “terceirizar” o risco do carro para uma
seguradora, considerando que se acontecer algum acidente as despesas podem ser
muito altas.
"E
se você bater em uma BMW? E se alguém se machucar e tiver que passar por
cirurgias e fisioterapia? Recuperar-se financeiramente de um incidente dessa
magnitude pode levar vários anos da sua vida. Não vale a pena ficar
desprevenido", aconselha Augusto Sabóia.
Leonardo
Gonçalves acredita que ter uma garantiria às emergências é colocar-se em
primeiro lugar. "Quem que trabalhou o mês inteiro? Você. Portanto você
merece estar seguro. Poupar é garantir a tranquilidade do seu futuro".
E se eu quiser gastar o dinheiro?
“Para
não tirar o dinheiro da reserva sem precisar, você pode recorrer a alternativas
como a conta conjunta, na qual as duas pessoas precisam concordar para efetuar
o saque ou, quem sabe, guardar o cartão na casa de parentes confiáveis, como a
mãe ou a sogra. Dessa forma, para retirar o dinheiro seria necessária a
intervenção da outra pessoa, o que dificultaria o seu uso para coisas
supérfluas”, dá a dica Gabriel Martins.
“Ter
um planejamento financeiro e saber reservar dinheiro todos os meses é diferente
de viver economizando”, explica Augusto Sabóia. “Sem planejamento o seu
dinheiro não tem compromisso e fica fácil de ser desviado para um consumo
imediato e sem critério”, finaliza.
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