sexta-feira, 10 de maio de 2013

É importante ter uma reserva


Publicada na edição de 10 a 16 de maio de 2013 do Jornal do Trem e Folha do Ônibus da FLC Comunicações Ltda.



Mesmo que o orçamento esteja apertado, especialistas indicam que você tenha uma reserva para emergências

Guardar dinheiro não é uma tarefa fácil, afinal ninguém anda por aí com dinheiro sobrando. “Sobram dias no final do salário”, já diz o ditado popular. E para complicar ainda mais a situação, imprevistos acontecem nas melhores famílias.
Um acidente de carro, a necessidade de comprar um remédio ou de fazer um tratamento de saúde são situações que não podem ser evitadas. Mas, com planejamento, elas podem ser previstas e causar menos impacto.
“Uma reserva trás maior tranquilidade e tempo para resolver as adversidades, além de evitar a dor de cabeça de ter que pedir dinheiro emprestado a conhecidos ou de ter que ir às pressas ao banco e se sujeitar a juros que, muitas vezes, são abusivos”, conta Leonardo Gonçalves, membro da CF Brasil Consultoria Financeira. Reunimos dicas de especialistas para que você consiga ter uma reserva de dinheiro para situações emergenciais.

Como eu faço pra poupar?
“Para as pessoas que não gostam ou não têm o hábito de guardar dinheiro a melhor alternativa é abrir uma conta poupança e solicitar ao gerente uma transferência automática todos os meses, no mesmo dia em que o salário é creditado, como se fosse um depósito obrigatório. Desta forma, não vai dar tempo de gastar”, dá a dica o consultor financeiro Gabriel Martins.
“Poupar dinheiro deve se tornar um hábito” acredita Augusto Sabóia, planejador financeiro familiar. “A vida não é um evento, e sim uma jornada. No decorrer do caminho todos estão sujeitos a surpresas. Ter reservas é estar financeiramente seguro”, diz.

E se o mês estiver apertado?
“Antes de começar a guardar, cada família deve organizar o seu orçamento para reduzir os gastos e então poupar uma parte do dinheiro. Marido, mulher e filhos devem estabelecer as prioridades, separando as necessidades dos desejos”, explica Gabriel Martins.
Augusto Sabóia sabe como as coisas são e brinca. “Se você e sua família guardarem dinheiro não contem nada a ninguém, pois se souberem que vocês guardam vão pedir emprestado. Se alguém te perguntar, diga que a coisa está feia e que você também está precisando”, brinca.

Qual é o valor ideal?
“É recomendável que cada família tenha uma reserva equivalente a seis meses de salário, para emergências. Se um encanador autônomo, por exemplo, ficar doente e impossibilitado de trabalhar, não terá renda para manter a sua casa e sustentar a sua família durante o tempo do tratamento. Em casos como esses a reserva financeira é muito importante. Para calcular o valor ideal, usemos como exemplo uma pessoa que ganhe R$ 1.000,00 por mês. Ela deve ter uma poupança de R$ 6.000,00. Se depositar mensalmente R$ 100,00, em cinco anos estará tranquila”, esclarece Gabriel.

Quem tem filhos deve poupar mais?
Famílias com crianças podem precisar, eventualmente, de comprar algum remédio ou realizar um tratamento específico. “Ter um plano de saúde ou uma reserva de dinheiro no banco oferece segurança”, lembra Augusto Sabóia.
“Os preços dos tratamentos variam, dependendo da doença que a criança está sofrendo. Se adquirir uma infecção será necessário o uso de antibióticos, que geralmente são caros, custam no mínimo R$ 100,00. A poupança garante isso”, recomenda Gabriel. Ter o dinheiro reservado evita o comprometimento do orçamento do mês.

E quem tem carro?
Os especialistas acreditam que o melhor é “terceirizar” o risco do carro para uma seguradora, considerando que se acontecer algum acidente as despesas podem ser muito altas.
"E se você bater em uma BMW? E se alguém se machucar e tiver que passar por cirurgias e fisioterapia? Recuperar-se financeiramente de um incidente dessa magnitude pode levar vários anos da sua vida. Não vale a pena ficar desprevenido", aconselha Augusto Sabóia.
Leonardo Gonçalves acredita que ter uma garantiria às emergências é colocar-se em primeiro lugar. "Quem que trabalhou o mês inteiro? Você. Portanto você merece estar seguro. Poupar é garantir a tranquilidade do seu futuro".

E se eu quiser gastar o dinheiro?
“Para não tirar o dinheiro da reserva sem precisar, você pode recorrer a alternativas como a conta conjunta, na qual as duas pessoas precisam concordar para efetuar o saque ou, quem sabe, guardar o cartão na casa de parentes confiáveis, como a mãe ou a sogra. Dessa forma, para retirar o dinheiro seria necessária a intervenção da outra pessoa, o que dificultaria o seu uso para coisas supérfluas”, dá a dica Gabriel Martins.
“Ter um planejamento financeiro e saber reservar dinheiro todos os meses é diferente de viver economizando”, explica Augusto Sabóia. “Sem planejamento o seu dinheiro não tem compromisso e fica fácil de ser desviado para um consumo imediato e sem critério”, finaliza.




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