quarta-feira, 20 de março de 2013

Usando a internet para aprender


Publicada na edição de 15 a 21 de março de 2013 do Jornal do Trem e Folha do Ônibus da FLC Comunicações Ltda.



Ela está aí para ajudar. Mas é preciso dominar as ferramentas de pesquisa para filtrar o que é real e confiável


Com frequência os professores pedem aos alunos lições e trabalhos a serem feitos em casa. Como as crianças e os jovens de hoje aparentemente já “nasceram” dominando o computador e a internet, a primeira coisa que vem à mente é pesquisar na grande rede.
Acontece que as escolas não dão direcionamentos para esses alunos encontrarem informações precisas. Uma pesquisa rápida em um site de busca traz centenas de milhares de resultados em questão de segundos e, com tantas possibilidades, muitas vezes os estudantes não conseguem separar o joio do trigo e reconhecer os sites confiáveis.
Especialistas dão dicas de como realizar uma boa pesquisa na internet e afirmam que quem pesquisa deve ser crítico e não confiar na primeira informação que vê.

Palavras-chave
Muitos de nós já estamos familiarizados com elas, as palavras-chave. Aos sites de pesquisa não é necessário fazer perguntas, e sim digitar uma ou duas palavras e ele rapidamente busca o endereço de outros sites que exibem o assunto. E aí que está a primeira dica: refinar a busca com outras palavras-chave.
Caso deseje, por exemplo, fazer uma pesquisa sobre a carreira de Barack Obama, atual presidente dos Estados Unidos, no site de buscas Google (www.google.com.br), ao invés de pesquisar pelas palavras ‘Barack Obama’, que geram mais de 760 milhões de resultados, experimente ‘Carreira Política Barack Obama’. Em questão de segundos os resultados se restringem a cerca de 200 mil sites. Ainda é um número grande, mas mais de 700 milhões de sites que não seriam úteis já foram desconsiderados. Quanto menor o número de resultados, menos confusa se torna a pesquisa.

Reconhecendo o site
Os endereços dizem muito mais do que nós imaginamos. Os sites que terminam em ".gov" são do governo, que divulgam informações oficiais. Já os que terminam em ".org" são de organizações não governamentais, grupos independentes, que divulgam informações conforme seus objetivos. Os sites que terminam em ".com" e “.com.br” são endereços comerciais, usados tanto por instituições sérias quanto por pessoas interessadas apenas em despejar informações na internet.
"Uma regra para se ter em mente é: se a informação parecer boa demais pra ser verdade, cheque antes. Se for de um site que você não conhece, clique no ‘quem somos’ e procure conhecer quem escreveu aquilo que você está lendo. Ligue o desconfiômetro", afirma Marcelo Soares, jornalista membro do Consórcio Internacional de Jornalistas Investigativos.
Segundo Marcelo, quem faz a pesquisa não deve levar em conta a aparência sofisticada do site, pois isso não significa que ele seja profissional. "Cada vez mais existem sites com a aparência de páginas legítimas de notícias. Às vezes, até mais caprichada. Leitores desatentos podem acabar acreditando em informações manipuladas", alerta.
Ao abrir um site de origem desconhecida, observe o nome do autor e busque, na própria internet, saber mais sobre ele para descobrir se é um especialista no assunto ou qualquer pessoa jogando informações na rede.

Direto na fonte
Há uma classificação das fontes de informação que determina que algumas sejam mais confiáveis que outras. As fontes primárias são aquelas que pesquisam o assunto e publicam artigos e teses divulgando os dados coletados. Um exemplo de fonte primária é o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), que pesquisa e divulga informações.
As fontes secundárias são as que citam, comentam ou fazem conclusões baseadas nas fontes primárias, como por exemplo, os jornais e as revistas. Já os blogs e as colunas assinadas trazem debates sobre o que foi dito nos jornais e nas revistas.
“Geralmente os blogs são fontes terciárias. O IBGE divulga os dados, o jornal faz reportagens explicando e o autor do blog comenta. É sempre bom lembrar que todas as fontes têm limitações. Até enciclopédias têm erros. O que vale a pena é pensar: quanto mais primária a informação, menor a chance de terem erros de interpretação”, explica Marcelo.

Wikipedia
Editado por qualquer pessoa, o Wikipedia é uma enciclopédia livre, com artigos escritos por colaboradores voluntários de todo o mundo. “Há quem diga que as suas informações são mais confiáveis do que enciclopédias conceituadas, por que estão sempre atualizadas, mas quem o escreve pode não ser imparcial em relação ao assunto. Então são exigidos o senso crítico e a bagagem do aluno, além da busca por mais fontes”, esclarece o professor Luiz Carlos de Almeida Filho, do Senai. 






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