Publicada na edição de 17 a 23 de outubro de 2014 do
Jornal do Trem e Folha do Ônibus da FLC Comunicações Ltda.
A saúde do corpo depende também da
qualidade das emoções vivenciadas no dia a dia
* Em parceria com Maiara Ribeiro
Elas são chamadas de doenças
psicossomáticas: que não têm causas exclusivamente orgânicas, mas também mentais.
A gastrite, por exemplo, pode ser desenvolvida por conta de hábitos alimentares
ruins ou por conta de estresse e ansiedade. Apesar de terem fundo emocional, as
doenças atacam efetivamente a saúde física.
Mas como saber a causa? “Na medida em
que as hipóteses clínicas são descartadas, e não justificam o desconforto
sentido, partimos para as possíveis razões emocionais”, explica Juliana
Fazolaro Gomes, psicóloga do Hospital São Camilo.
“Quando não desenvolvemos meios em
nosso dia a dia que funcionem como ‘válvula de escape’ ou ‘canal’ de alívio,
receberemos no corpo a sobrecarga de emoções indesejáveis. Elas surgem de
diferentes formas, seja pela dor, pressão alterada, suor, diarreia, paralisia,
entre outras”, explica a especialista.
Conheça os sentimentos perigosos para
a saúde, as doenças que eles podem causar e meios de se manter longe dessas
possibilidades.
Pensamentos
negativos
Medo, mágoa, rancor, estresse,
ansiedade e angustia são alguns dos sentimentos ‘perigosos’ à saúde, quando vivenciados
constante e intensamente.
Segundo a psicóloga Cláudia Sarti, para
perceber quando um sentimento faz mal, é preciso simplesmente observar o estado
interno enquanto eles soa vivenciados, além das ideias e pensamentos que a ele
se associam. “Normalmente, são sentimentos como rejeição, exclusão,
incapacidade e impossibilidade – nada que nos coloque rumo ao desenvolvimento e
ao crescimento pessoal”, explica.
Juliana afirma que a própria pessoa é
o seu melhor termômetro. “Somos capazes de sentir quando algum mal-estar se
aproxima, nos afeta, e quando nos prejudica de alguma forma – especialmente se
eles repetem”.
Atitudes
positivas
Para evitar o desenvolvimento de tais
doenças, a indicação é minimizar o sentimento negativo, através da prática de
exercícios físicos, atividades voltadas ao lazer e conversas com pessoas que
podem estar causando indisposições.
“Caminhadas para redução dos níveis
de stress, a prática de artes marciais ou até mesmo o aprendizado de um instrumento
musical são positivas para o bem-estar”, aponta Cláudia. Segundo a especialista,
o tratamento varia de paciente para paciente, mas consiste em procurar o
caminho contrário ao que levou a doença.
Procurar manter uma alimentação
saudável, beber moderadamente, fazer passeios culturais, manter contato com a
natureza, organizar objetos pessoais, viajar, alimentar relações de afeto,
saber dizer não, entre outras atitudes, fomentam a qualidade de vida, de acordo
com a psicóloga Juliana Fazolaro.
Somatização
(título diferenciado)
Enquanto as doenças psicossomáticas
são reconhecidas através de exames clínicos, as somatizações não são. Quem
passa por um ataque de pânico ou sofre de depressão, por exemplo, pode ter o
corpo bastante saudável. Nestes casos, o tratamento é ditado exclusivamente por
um psicólogo.
“A expressão ‘o corpo fala’ é real e
adequada quando nos referimos ao verbo somatizar - ato ou efeito de transferir
para o corpo um problema de ordem psicológica”, esclarece Juliana.
Nenhum comentário:
Postar um comentário