quarta-feira, 17 de dezembro de 2014

Quando a amizade passa pela subordinação

Publicada na edição de 19 a 25 de setembro de 2014 do Jornal do Trem e Folha do Ônibus da FLC Comunicações Ltda.


Especialistas indicam como agir quando um amigo se torna seu chefe ou seu subordinado na empresa

Indicações de profissionais para o processo seletivo costumam ser bem-vindas dentro das organizações. Assim, é comum que amigos trabalhem juntos – muitas vezes no mesmo setor. Conciliar a amizade com relacionamento profissional, porém, pode não ser tarefa fácil, principalmente quando um se torna o chefe do outro. Segundo especialistas, a situação exige maturidade.
“No horário e local de trabalho, as obrigações profissionais devem vir em primeiro lugar. Portanto, é aconselhável que as pessoas tenham amigos maduros o suficiente para compreender essa situação. Quem usa a amizade para ser negligente, não cumprir prazos ou fazer um serviço de má qualidade tem a índole duvidosa e deve ser evitado”, adverte o especialista em carreiras Sílvio Celestino.
Saiba como agir para que a amizade não atrapalhe a relação profissional – e vice-versa.

Evitando fofocas
Mesmo que tenha começado fora da empresa, a amizade entre chefe e subordinado pode ser mal vista pelos demais funcionários. Portanto, para evitar mal-entendidos, “é imprescindível que cada funcionário deixe claro que trata a todos ali de maneira igualitária, sem favoritismos”, aponta Celestino. “Assim, ficará evidente que o profissional é justo e que não deixa as amizades interferirem em suas ações”, completa.
Evitar expor detalhes do relacionamento, bem como não usar o tempo e os recursos da empresa para tratar assuntos pessoais, é importante, pois preservar a postura de comprometimento e seriedade é crucial para obter bons resultados na vida profissional, segundo especialistas.

Bem conversados
A fim de evitar atritos, os amigos podem conversar e estabelecer os limites entre amizade e trabalho, visando às atitudes que trarão melhores resultados para ambos. É importante esclarecer, intimamente e entre si, que as atitudes profissionais independem da amizade.
“Antes de elogiar, criticar, pedir um aumento ou demitir, estabeleça critérios sólidos, que sejam utilizados também com outros funcionários. Na dúvida, não aja e repense as suas ações”, aconselha Sílvio Celestino.
Na opinião de Laerte Leite Cordeiro, consultor em Recursos Humanos, o chefe é quem mais deve se preocupar em estabelecer o “tom” da relação. “Sua carreira pode ser prejudicada se alguém achar que ele não está sendo um bom líder”, afirma.

Fora da empresa
Os especialistas são categóricos em dizer que os assuntos da empresa não devem ser discutidos fora dela. No futebol, no barzinho ou em qualquer outra situação informal e social, a amizade tende a se solidificar longe dos limites impostos pela relação entre chefe e subordinado. Logo, não vale a pena discutir assuntos relativos ao trabalho.
“Fazer isso pode até ‘embaraçar’ a vida dos dois, pois quando um funcionário recebe do chefe informações às quais outros colaboradores não têm acesso, podem surgir complicações para ambos”, instrui Laerte Leite Cordeiro. 

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