terça-feira, 9 de dezembro de 2014

Não existe segredo: liberdade verdadeira pede responsabilidade e consciência

Publicada na edição de 01 a 07 de agosto de 2014 do Jornal do Trem e Folha do Ônibus da FLC Comunicações Ltda.

A reflexão é bem-vinda: quem leva a vida de maneira inconsequente afasta-se de ter qualidade de vida no futuro

O número de infecções pelo vírus da AIDS aumentou em 11% no Brasil, em contramão à diminuição ocorrida no resto do mundo. Aqui, também, cerca de 10% da população é fumante, mais da metade está com excesso de peso e 17,5% está obesa. Tais números são a ponta do iceberg, e indicam o estilo de vida inconsequente de muitos brasileiros.
“Há quem viva ‘sem limites’, sem refletir sobre os seus atos. Alguns pensam que agir sem se preocupar com as consequências é a melhor alternativa, pois acham que na velhice só terão perdas e mortes”, aponta a psicóloga Jaciara Valiente. “É preciso reeducar o nosso olhar para a velhice. Só assim passaremos a cultivar novos hábitos e a levar a vida de maneira saudável, preocupando-se com mais do que apenas com prazeres imediatos”.

Saúde em primeiro lugar
“Eu fumei quase que a minha vida interia e nunca fui fã de fazer exercícios físicos. Não me arrependo do que fiz, mas sei que agi sem pensar. Se eu soubesse o que sei hoje, o valor da minha saúde, talvez agisse de maneira diferente. Sinto dores no corpo diariamente e me sinto mais velho do que realmente sou. Vivo com medo de descobrir alguma doença”, confessa Miguel Gouvea, de 61 anos.
Para o médico geriátrico Thiago Monaco, a saúde é importante em qualquer momento da vida. “Mas, para ter qualidade de vida na velhice, é preciso que sejam tomadas, o mais cedo possível, atitudes que nos permitam envelhecer com autonomia e independência”.

Para que se arriscar?
O número de mortes em decorrência de acidentes de trânsito ultrapassou os 60 mil no ano de 2012. O uso de esteroides (substâncias químicas que produzem hormônios – cujo uso constante pode causar diversos efeitos colaterais) cresceu em quase 80% nos últimos seis anos no Brasil. “Geralmente, é na juventude que se consolida um padrão de comportamento em que o indivíduo não costuma avaliar os perigos”, aponta a psicóloga Thelma Gazal.
Para poder exercer plenamente a liberdade que tem, é indicado a cada ser humano a reflexão sobre a consequência de seus atos em um futuro próximo. O respeito à própria saúde e ao próprio corpo precisa ser ponderado sempre.

Leve a vida leve
O Brasil é tido como o segundo país do mundo com o maior nível de estresse. Cerca de 30% daqueles que estão no mercado de trabalho sofrem a chamada síndrome de “Burn Out”, um esgotamento mental intenso causado por pressões no ambiente profissional. O estresse costuma ser causado por ansiedade ou depressão e pode resultar em doenças graves, especialmente cardiovasculares.
Para o consultor de carreiras Sílvio Celestino o trabalho deve ser fonte de realização, e não de frustração. “O sacrifício de sonhos e de vontades pode gerar muito desgosto e arrependimento na velhice. Portanto, o segredo está no equilíbrio no decorrer da vida. Isto é, procurar por atividades que lhe sejam satisfatórias”.

O futuro está logo ali
“Envelhecemos desde que nascemos”, lembra a psicóloga Jaciara Valiente. “A velhice parece estar sempre muito longe, mas vejo nos pacientes que atendo a aceitação desse período da vida com otimismo, e não há quem não queira chegar até ela com boas experiências e saúde”.

Para o médico Thiago Monaco, é preciso se preocupar em manter o bem-estar e a disposição em níveis máximos durante toda a vida, não apenas na velhice. Não devemos beber em excesso, não devemos fumar, em quantidade nenhuma, e não devemos abusar dos alimentos. O corpo e o cérebro devem ser constantemente estimulados e as nossas amizades, cultivadas”. 

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