Publicada na edição de 01 a 07 de
agosto de 2014 do Jornal do Trem e Folha do Ônibus da FLC Comunicações Ltda.
A reflexão é bem-vinda: quem leva a
vida de maneira inconsequente afasta-se de ter qualidade de vida no futuro
O número de infecções pelo vírus da
AIDS aumentou em 11% no Brasil, em contramão à diminuição ocorrida no resto do
mundo. Aqui, também, cerca de 10% da população é fumante, mais da metade está
com excesso de peso e 17,5% está obesa. Tais números são a ponta do iceberg, e indicam
o estilo de vida inconsequente de muitos brasileiros.
“Há quem viva ‘sem limites’, sem refletir
sobre os seus atos. Alguns pensam que agir sem se preocupar com as consequências
é a melhor alternativa, pois acham que na velhice só terão perdas e mortes”, aponta
a psicóloga Jaciara Valiente. “É preciso reeducar o nosso olhar para a velhice.
Só assim passaremos a cultivar novos hábitos e a levar a vida de maneira saudável,
preocupando-se com mais do que apenas com prazeres imediatos”.
Saúde
em primeiro lugar
“Eu fumei quase que a minha vida
interia e nunca fui fã de fazer exercícios físicos. Não me arrependo do que
fiz, mas sei que agi sem pensar. Se eu soubesse o que sei hoje, o valor da
minha saúde, talvez agisse de maneira diferente. Sinto dores no corpo diariamente
e me sinto mais velho do que realmente sou. Vivo com medo de descobrir alguma
doença”, confessa Miguel Gouvea, de 61 anos.
Para o médico geriátrico Thiago Monaco,
a saúde é importante em qualquer momento da vida. “Mas, para ter qualidade de
vida na velhice, é preciso que sejam tomadas, o mais cedo possível, atitudes
que nos permitam envelhecer com autonomia e independência”.
Para
que se arriscar?
O número de mortes em decorrência de
acidentes de trânsito ultrapassou os 60 mil no ano de 2012. O uso de esteroides
(substâncias químicas que produzem hormônios – cujo uso constante pode causar
diversos efeitos colaterais) cresceu em quase 80% nos últimos seis anos no
Brasil. “Geralmente, é na juventude que se consolida um padrão de comportamento
em que o indivíduo não costuma avaliar os perigos”, aponta a psicóloga Thelma
Gazal.
Para poder exercer plenamente a
liberdade que tem, é indicado a cada ser humano a reflexão sobre a consequência
de seus atos em um futuro próximo. O respeito à própria saúde e ao próprio
corpo precisa ser ponderado sempre.
Leve
a vida leve
O Brasil é tido como o segundo país do
mundo com o maior nível de estresse. Cerca de 30% daqueles que estão no mercado
de trabalho sofrem a chamada síndrome de “Burn Out”, um esgotamento mental
intenso causado por pressões no ambiente profissional. O estresse costuma ser
causado por ansiedade ou depressão e pode resultar em doenças graves, especialmente
cardiovasculares.
Para o consultor de carreiras Sílvio
Celestino o trabalho deve ser fonte de realização, e não de frustração. “O
sacrifício de sonhos e de vontades pode gerar muito desgosto e arrependimento
na velhice. Portanto, o segredo está no equilíbrio no decorrer da vida. Isto é,
procurar por atividades que lhe sejam satisfatórias”.
O
futuro está logo ali
“Envelhecemos desde que nascemos”,
lembra a psicóloga Jaciara Valiente. “A velhice parece estar sempre muito longe,
mas vejo nos pacientes que atendo a aceitação desse período da vida com otimismo,
e não há quem não queira chegar até ela com boas experiências e saúde”.
Para o médico Thiago Monaco, é preciso
se preocupar em manter o bem-estar e a disposição em níveis máximos durante
toda a vida, não apenas na velhice. “Não
devemos beber em excesso, não devemos fumar, em quantidade nenhuma, e não
devemos abusar dos alimentos. O corpo e o cérebro devem ser constantemente
estimulados e as nossas amizades, cultivadas”.
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