quarta-feira, 17 de dezembro de 2014

Atenção: adultos também devem se vacinar

Publicada na edição de 05 a 11 de setembro de 2014 do Jornal do Trem e Folha do Ônibus da FLC Comunicações Ltda.

Preocupação é maior com recém-nascidos e crianças, porém há diversas imunizações para os crescidos

Quando o assunto é vacinação, é comum que venha a mente os cuidados com as crianças, principalmente com as recém-nascidas, e com os idosos. Porém, segundo Renato Bonin, médico responsável pela clínica de vacinas Vaciclin, os adultos são aqueles que mais padecem e transmitem doenças no Brasil – algo que poderia ser evitado com a vacinação na fase adulta.
“Aquele que tomou todas as vacinas quando criança tem a imunidade diminuída com o passar dos anos, mas muitas pessoas não sabem disso. O adulto que não se vacina coloca em risco a saúde de crianças, idosos e outros adultos que estão a sua volta, pois passa a ser um disseminador de doenças”, aponta Bonin.
Há diversas vacinas a serem tomadas por pessoas com mais de 20 anos. A rede pública de saúde oferece vacinação contra sarampo, caxumba e rubéola (SCR – tríplice viral); tétano e difteria (DT – dupla tipo adulto) e contra a febre amarela. Porém, a vacinação contra HPV, hepatites A e B, pneumonia, meningite e coqueluche também é altamente recomendável, apesar de ser oferecida somente em clinicas particulares.

De olho na HPV e hepatite B
Nenhuma vacina oferece 100% de garantia de que o paciente não contrairá a doença. Portanto, enquanto pessoas imunizadas podem contrair enfermidades com intensidade mais leve, aqueles que não são vacinados tendem a contraí-las em nível mais agressivo.
Uma das vacinas que oferece maior garantia é a quadrivalente contra a HPV, que tem 98% de eficácia. Indicada para mulheres com até 49 anos e homens com até 27 anos, a vacina contra HPV previne inflamações na pele e mucosas genitais, afastando a possibilidade de câncer.
Hoje, o Ministério da Saúde oferece a vacinação apenas para meninas entre 11 e 13 anos. “Acredito que a vacinação é restrita por conta do seu custo. Porém, para homens e mulheres que têm a possibilidade de pagar pela vacina, ela é altamente aconselhável”, indica Renato Bonin. Em clínicas particulares, o preço da dose parte de R$ 240,00, e são necessárias três doses.
Já a vacina contra a Hepatite B é disponibilizada gratuitamente na rede de saúde pública para os adultos. “Há uma incidência bastante alta da doença, pois ela é sexualmente transmissível. Em 10% dos casos pode ser desenvolvido câncer no fígado”, alerta Bonin.

Cuidado com a meningite
Recentemente, casos de meningite foram registrados em todo o país. A doença pode ser contraída de forma viral ou bacteriana e ataca o sistema nervoso, sobretudo o cérebro e a medula espinhal. Os bebês e as crianças estão na faixa etária mais propensa a infecção, porém adultos também devem procurar a vacina - principalmente porque há a possibilidade de serem “portadores assintomáticos”.
“Há pessoas que contraem a meningite bacteriana e não sofrem nenhum de seus sintomas. Porém, são disseminadores da doença e podem passar a sofrer os sintomas se a sua imunidade cair e a bactéria atingir sua corrente sanguínea”, explica Bonin.
O médico Paulo Taufi Maluf Júnior, do Hospital Sírio-Libanês, esclarece: “As vacinas de meningite disponíveis na rede pública são: pneumocócica 10 valente, meningocócica C conjugada e pentavalente. Já na rede privada, para crianças são oferecidas a pneumocócica 13 valente, a meningocócica A, C, W, Y e a pentavalente”, aponta Taufi. Mesmo aqueles que já tomaram as vacinas quando crianças podem procurar o reforço quando adultos nas clínicas privadas.

Perdi a carteirinha de vacinação. E agora? 

As vacinas a serem tomadas na fase adulta são as que não foram recebidas na infância ou reforços à elas. Portanto, a dica para aqueles que perderam a carteirinha e não se lembram das vacinas que já tomaram é procurar o posto de saúde ou a clínica onde foi vacinado e levantar o seu histórico.

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