Publicada na edição de 05 a 11 de setembro de 2014 do
Jornal do Trem e Folha do Ônibus da FLC Comunicações Ltda.
Preocupação é maior com recém-nascidos
e crianças, porém há diversas imunizações para os crescidos
Quando o assunto é vacinação, é comum
que venha a mente os cuidados com as crianças, principalmente com as
recém-nascidas, e com os idosos. Porém, segundo Renato Bonin, médico
responsável pela clínica de vacinas Vaciclin, os adultos são aqueles que mais
padecem e transmitem doenças no Brasil – algo que poderia ser evitado com a
vacinação na fase adulta.
“Aquele que tomou todas as vacinas
quando criança tem a imunidade diminuída com o passar dos anos, mas muitas
pessoas não sabem disso. O adulto que não se vacina coloca em risco a saúde de
crianças, idosos e outros adultos que estão a sua volta, pois passa a ser um
disseminador de doenças”, aponta Bonin.
Há diversas vacinas a serem tomadas por
pessoas com mais de 20 anos. A rede pública de saúde oferece vacinação contra
sarampo, caxumba e rubéola (SCR – tríplice viral); tétano e difteria (DT –
dupla tipo adulto) e contra a febre amarela. Porém, a vacinação contra HPV,
hepatites A e B, pneumonia, meningite e coqueluche também é altamente recomendável,
apesar de ser oferecida somente em clinicas particulares.
De
olho na HPV e hepatite B
Nenhuma vacina oferece 100% de garantia
de que o paciente não contrairá a doença. Portanto, enquanto pessoas imunizadas
podem contrair enfermidades com intensidade mais leve, aqueles que não são vacinados
tendem a contraí-las em nível mais agressivo.
Uma das vacinas que oferece maior
garantia é a quadrivalente contra a HPV, que tem 98% de eficácia. Indicada para
mulheres com até 49 anos e homens com até 27 anos, a vacina contra HPV previne
inflamações na pele e mucosas genitais, afastando a possibilidade de câncer.
Hoje, o Ministério da Saúde oferece a
vacinação apenas para meninas entre 11 e 13 anos. “Acredito que a vacinação é
restrita por conta do seu custo. Porém, para homens e mulheres que têm a
possibilidade de pagar pela vacina, ela é altamente aconselhável”, indica Renato
Bonin. Em clínicas particulares, o preço da dose parte de R$ 240,00, e são
necessárias três doses.
Já a vacina contra a Hepatite B é
disponibilizada gratuitamente na rede de saúde pública para os adultos. “Há uma
incidência bastante alta da doença, pois ela é sexualmente transmissível. Em
10% dos casos pode ser desenvolvido câncer no fígado”, alerta Bonin.
Cuidado
com a meningite
Recentemente, casos de meningite foram
registrados em todo o país. A doença pode ser contraída de forma viral ou
bacteriana e ataca o sistema nervoso, sobretudo o cérebro e a medula espinhal. Os
bebês e as crianças estão na faixa etária mais propensa a infecção, porém
adultos também devem procurar a vacina - principalmente porque há a
possibilidade de serem “portadores assintomáticos”.
“Há pessoas que contraem a meningite
bacteriana e não sofrem nenhum de seus sintomas. Porém, são disseminadores da
doença e podem passar a sofrer os sintomas se a sua imunidade cair e a bactéria
atingir sua corrente sanguínea”, explica Bonin.
O médico Paulo Taufi Maluf Júnior, do
Hospital Sírio-Libanês, esclarece: “As vacinas de meningite disponíveis na rede
pública são: pneumocócica 10 valente, meningocócica C conjugada e pentavalente.
Já na rede privada, para crianças são oferecidas a pneumocócica 13 valente, a
meningocócica A, C, W, Y e a pentavalente”, aponta Taufi. Mesmo aqueles que já
tomaram as vacinas quando crianças podem procurar o reforço quando adultos nas
clínicas privadas.
Perdi
a carteirinha de vacinação. E agora?
As vacinas a serem tomadas na fase
adulta são as que não foram recebidas na infância ou reforços à elas. Portanto,
a dica para aqueles que perderam a carteirinha e não se lembram das vacinas que
já tomaram é procurar o posto de saúde ou a clínica onde foi vacinado e
levantar o seu histórico.
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