sexta-feira, 22 de agosto de 2014

Não caia nas armadilhas das dívidas

Publicada na edição de 06 a 12 de dezembro de 2013 do Jornal do Trem e Folha do Ônibus da FLC Comunicações Ltda.

Comprometer o orçamento com os gastos de final de ano não é saudável. Evite começar 2014 no sufoco

Nessa época do ano, o brasileiro sofre inúmeros estímulos para consumir mais que o habitual. Há a necessidade de comprar alimentos e bebidas para as festas, vontade de presentear as crianças e entes queridos e grande variedade de lojas com produtos em promoção, com prazos e condições suaves para pagamento. Não há quem não faça planos para usar o dinheiro do 13º, os bônus de final de ano e o salário adiantado das férias.
“Desde 1962, quando foi criado, o 13º já tinha como principal finalidade ajudar o trabalhador a realizar sonhos e ter um final de ano mais abastado financeiramente. Porém, o que vem acontecendo nos últimos anos é que esse dinheiro extra estimula o desequilíbrio financeiro”, aponta Reinaldo Domingos.

Férias endinheiradas
Quem sai de férias e recebe o salário do mês seguinte adiantado, não pode se esquecer de que quando voltar ao batente não receberá conforme está acostumado, e sim de maneira proporcional aos dias trabalhados. Se de um lado a grana estará curta, do outro as contas fixas e as despesas extras surgirão e precisarão ser pagas.
Gastar todo o dinheiro e se comprometer com novas dívidas, sem se preocupar com o mês seguinte, são irresponsabilidades financeiras. O consultor da CF Brasil, Leandro Cordeiro, sugere que o trabalhador antecipe o pagamento das contas. “Assim se evita o estresse e o prejuízo em juros e multas”, indica.

Janeiro há de chegar
Passadas as compras, comemorações e festas, vêm o ano de 2014. E com ele, o mês de janeiro. Época de comprar material e uniforme escolar, de pagar IPVA, IPTU e DPVAT, além das despesas comuns de qualquer família, como internet, TV a cabo, aluguel, água, luz, gás e telefone (contas que também costumam ser mais altas após as festas, considerando a maior utilização). Com as dívidas já previstas, poucos querem pagar boletos de compras e faturas de cartões de crédito mais “salgadas” que o habitual.
Por mais que essa época do ano estimule todos a ir às compras, é necessário refletir que de dezembro de 2013 para janeiro de 2014 ocorre uma virada de mês comum, como qualquer outra. Há fatores que impulsionam, mas não há justificativa para deixar que o orçamento fuja do controle. É a época de vigiar, pois janeiro há de chegar, e normalmente com as finanças a todo vapor.

A dica é: priorizar
Não tem dinheiro para fazer tudo o que deseja? Corte os gastos mais supérfluos. Se a intenção é reunir a família em um belo jantar de Natal, pode ser que a compra de uma roupa nova ou a ida ao cabeleireiro seja dispensada. Na hora de dar presentes, é preciso contemplar a todos? É provável que os adultos compreendam melhor do que as crianças que a grana está curta.
“Além disso, no início do ano sempre há promoções que podem ser mais vantajosas do que no final do ano anterior”, explica Leandro Cordeiro.

Na planilha ou na calculadora
Não adianta achar que conseguirá fazer todos os cálculos de cabeça. Ou, pior, fechar os olhos e comprar inúmeras coisas sem nenhum planejamento. Com o consumismo aflorado, vale a pena digitar em uma planilha ou anotar em um papel todas as despesas previstas para dezembro e para janeiro. Presentes aos entes queridos, despesas no mercado, tudo. Uma calculadora pode ajudar a fazer o cálculo final, que evidenciará se será possível cumprir as metas ou se será preciso colocar o pé no freio.
“A dica é aproveitar as compras desta virada de ano para fazer uma boa faxina financeira”, aponta Reinaldo Domingos.

Fuja de encrencas
Evite emprestar o seu nome ou o seu dinheiro para outras pessoas, a não ser que sejam próximas e de extrema confiança. “Para começar 2014 bem é importante ter uma poupança de emergência, pois grande parte dos devedores com nome sujo entrou em problemas financeiros por perder o emprego ou ao passar por imprevistos, como doenças na família, sem ter dinheiro guardado”, indica Leandro Cordeiro.

Melhorar é possível
Reinaldo Domingos indica que o brasileiro cumpra, entre o final de 2013 e o começo de 2014, cinco etapas para que possa realizar sonhos e planos que dependam de dinheiro: diagnosticar, sonhar, orçar e poupar.
“Reúna a família, inclusive as crianças, e registre todos os gastos mensais, por menores que sejam. Sabendo para onde vai cada centavo é mais fácil cortar o que é supérfluo. Pesquisas recentes constataram que 26,5% dos gastos dos brasileiros é excesso”, afirma.
A fase do sonhar é uma das mais interessantes. “Todos devem registrar os seus sonhos de curto (até um ano), médio (até dez anos) e de longo prazo (acima de dez anos). Assim, é possível se programar para que eles se realizem. Ser pobre não é não ter dinheiro, e sim não ter sonhos”, diz Reinaldo. Após estabelecer os sonhos e planos, é hora de orçar e poupar para realizar.

“A família deve calcular o quanto precisará guardar mensalmente. Em 2014, a renda total dará conta das despesas fixas e dos investimentos. Guardar dinheiro será algo fácil e gostoso, pois os sonhos são excelentes motivadores”, finaliza o especialista.

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