Publicada na edição de 06 a 12 de dezembro de
2013 do Jornal do Trem e Folha do Ônibus da FLC Comunicações Ltda.
Comprometer o
orçamento com os gastos de final de ano não é saudável. Evite começar 2014 no
sufoco
Nessa época do
ano, o brasileiro sofre inúmeros estímulos para consumir mais que o habitual. Há
a necessidade de comprar alimentos e bebidas para as festas, vontade de
presentear as crianças e entes queridos e grande variedade de lojas com
produtos em promoção, com prazos e condições suaves para pagamento. Não há quem
não faça planos para usar o dinheiro do 13º, os bônus de final de ano e o
salário adiantado das férias.
“Desde 1962,
quando foi criado, o 13º já tinha como principal finalidade ajudar o
trabalhador a realizar sonhos e ter um final de ano mais abastado
financeiramente. Porém, o que vem acontecendo nos últimos anos é que esse
dinheiro extra estimula o desequilíbrio financeiro”, aponta Reinaldo Domingos.
Férias
endinheiradas
Quem sai de
férias e recebe o salário do mês seguinte adiantado, não pode se esquecer de
que quando voltar ao batente não receberá conforme está acostumado, e sim de
maneira proporcional aos dias trabalhados. Se de um lado a grana estará curta, do
outro as contas fixas e as despesas extras surgirão e precisarão ser pagas.
Gastar todo o
dinheiro e se comprometer com novas dívidas, sem se preocupar com o mês
seguinte, são irresponsabilidades financeiras. O consultor da CF Brasil,
Leandro Cordeiro, sugere que o trabalhador antecipe o pagamento das contas. “Assim
se evita o estresse e o prejuízo em juros e multas”, indica.
Janeiro
há de chegar
Passadas as
compras, comemorações e festas, vêm o ano de 2014. E com ele, o mês de janeiro.
Época de comprar material e uniforme escolar, de pagar IPVA, IPTU e DPVAT, além
das despesas comuns de qualquer família, como internet, TV a cabo, aluguel, água,
luz, gás e telefone (contas que também costumam ser mais altas após as festas,
considerando a maior utilização). Com as dívidas já previstas, poucos querem
pagar boletos de compras e faturas de cartões de crédito mais “salgadas” que o
habitual.
Por mais que essa
época do ano estimule todos a ir às compras, é necessário refletir que de
dezembro de 2013 para janeiro de 2014 ocorre uma virada de mês comum, como
qualquer outra. Há fatores que impulsionam, mas não há justificativa para
deixar que o orçamento fuja do controle. É a época de vigiar, pois janeiro há
de chegar, e normalmente com as finanças a todo vapor.
A
dica é: priorizar
Não tem dinheiro
para fazer tudo o que deseja? Corte os gastos mais supérfluos. Se a intenção é
reunir a família em um belo jantar de Natal, pode ser que a compra de uma roupa
nova ou a ida ao cabeleireiro seja dispensada. Na hora de dar presentes, é
preciso contemplar a todos? É provável que os adultos compreendam melhor do que
as crianças que a grana está curta.
“Além disso, no
início do ano sempre há promoções que podem ser mais vantajosas do que no final
do ano anterior”, explica Leandro Cordeiro.
Na
planilha ou na calculadora
Não adianta achar
que conseguirá fazer todos os cálculos de cabeça. Ou, pior, fechar os olhos e comprar
inúmeras coisas sem nenhum planejamento. Com o consumismo aflorado, vale a pena
digitar em uma planilha ou anotar em um papel todas as despesas previstas para
dezembro e para janeiro. Presentes aos entes queridos, despesas no mercado,
tudo. Uma calculadora pode ajudar a fazer o cálculo final, que evidenciará se
será possível cumprir as metas ou se será preciso colocar o pé no freio.
“A dica é
aproveitar as compras desta virada de ano para fazer uma boa faxina financeira”,
aponta Reinaldo Domingos.
Fuja
de encrencas
Evite emprestar
o seu nome ou o seu dinheiro para outras pessoas, a não ser que sejam próximas
e de extrema confiança. “Para começar 2014 bem é importante ter uma poupança de
emergência, pois grande parte dos devedores com nome sujo entrou em problemas
financeiros por perder o emprego ou ao passar por imprevistos, como doenças na
família, sem ter dinheiro guardado”, indica Leandro Cordeiro.
Melhorar
é possível
Reinaldo
Domingos indica que o brasileiro cumpra, entre o final de 2013 e o começo de
2014, cinco etapas para que possa realizar sonhos e planos que dependam de
dinheiro: diagnosticar, sonhar, orçar e poupar.
“Reúna a
família, inclusive as crianças, e registre todos os gastos mensais, por menores
que sejam. Sabendo para onde vai cada centavo é mais fácil cortar o que é
supérfluo. Pesquisas recentes constataram que 26,5% dos gastos dos brasileiros é
excesso”, afirma.
A fase do sonhar
é uma das mais interessantes. “Todos devem registrar os seus sonhos de curto
(até um ano), médio (até dez anos) e de longo prazo (acima de dez anos). Assim,
é possível se programar para que eles se realizem. Ser pobre não é não ter
dinheiro, e sim não ter sonhos”, diz Reinaldo. Após estabelecer os sonhos e
planos, é hora de orçar e poupar para realizar.
“A família deve
calcular o quanto precisará guardar mensalmente. Em 2014, a renda total dará
conta das despesas fixas e dos investimentos. Guardar dinheiro será algo fácil
e gostoso, pois os sonhos são excelentes motivadores”, finaliza o especialista.
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