sexta-feira, 5 de julho de 2013

Deixando a carreira pelos filhos

Publicada na edição de 28 de junho a 4 de julho de 2013 do Jornal do Trem e Folha do Ônibus da FLC Comunicações Ltda.



Qual mãe nunca desejou parar de trabalhar e ficar em casa com os filhos? Especialistas indicam que a atitude não é saudável

“Quando o Júlio nasceu eu e o meu marido passávamos por boa situação financeira, portanto não pensei duas vezes em sair do emprego e ficar em casa com ele”, conta Juliana Oliveira, mãe de Júlio, de 2 anos. Esse pode ser o desejo de muitas mulheres, mas o consultor profissional de carreiras, Laerte Leite, acredita que sair do mercado de trabalho pode ser uma atitude precipitada. “Considerando que atualmente é difícil conseguir um emprego, por conta de diversos fatores, um afastamento que dure mais de dois anos certamente irá gerar problemas para a mulher que deseje retornar ao mercado de trabalho” afirma o consultor.
A psicóloga clínica Dra. Carolina Torres acredita que a ação pode gerar tanto resultados negativos quanto positivos, dependendo da estrutura da família e dos anseios da mulher. “No geral, agindo assim a mãe se resguarda em um papel antiquado, voltado apenas ao cuidado das crianças, sem satisfação pessoal, sensação de utilidade ou projeto de vida”, diz a psicóloga.

O melhor a fazer
A Dra. Carolina acredita que a decisão depende da situação financeira da família, das ambições profissionais da mulher e do fato dela ter ou não pessoas dispostas a ajudá-la. “Se existir um vínculo de confiança com alguém que possa cuidar do seu filho, como um parente ou uma instituição escolar, não há motivos para que a mãe se prive de uma vida profissional satisfatória”, alega a psicóloga.
O consultor Laerte Leite entende que agindo dessa forma a mulher prejudica a sua carreira e dificulta o seu próprio retorno ao mercado de trabalho. “Mesmo exercendo os árduos papéis de dona de casa, mãe e esposa as mulheres não devem deixar de se realizar profissionalmente. Aconselho que, caso decida abandonar o emprego, continue realizando cursos e atividades profissionais em casa. O importante é não envelhecer profissional e culturalmente”, dá a dica Laerte.

Papel social
O papel da mulher mudou nas últimas décadas. Atualmente a sociedade incentiva que ela tenha além de um emprego, uma carreira de sucesso. “Está cada vez mais forte a ideia de que ela pode, e deve, construir uma carreira, ter independência financeira e se dedicar aos cuidados com a família ao mesmo tempo”, explica a psicóloga Carolina. “Isso é até injusto, mas é a realidade do mundo atual”, acrescenta o consultor Laerte Leite.
O IBOPE (Instituto Brasileiro de Opinião Pública e Estatística) realizou uma pesquisa com mães brasileiras de todas as classes sociais, intitulada “Mães Contemporâneas”. Os resultados apontam que as mães que trabalham fora são mais atentas aos cuidados estéticos, que vão desde a forma física e uso de maquiagem até o preparo de refeições saudáveis. Dados indicam, inclusive, que as mães que trabalham fora saem mais de casa, frequentam shoppings, restaurantes, parques e teatros nas horas vagas.

Realização
“Senti saudades dos meus filhos, todos os dias, mas não me arrependi de continuar trabalhando. Só assim fui capaz de dar uma boa vida para eles. Atualmente sou uma mulher realizada profissionalmente, e isso não tem preço”, revela a autônoma Conceição da Silva, de 46 anos.
A pesquisa “Mães Contemporâneas” revelou que para a maioria das mulheres entrevistadas o seu emprego significa realização pessoal e independência, além de proporcionar o contato com pessoas diferentes.  
É possível que as mães que trabalham fora sintam, em algum momento, frustração por não estar com os filhos e a Dra. Carolina Torres considera esse um sentimento natural. “Para se sair bem na delicada organização da vida profissional e da vida pessoal a mulher precisa saber separar as coisas. Indico que continue trabalhando, pelo menos por meio período, ou que tenha algum projeto pessoal. Do contrário muito provavelmente se sentirá sufocada após anos de completa dedicação aos filhos”, explica a psicóloga.Qual mãe nunca desejou parar de trabalhar e ficar em casa com os filhos? Especialistas indicam que a atitude não é saudável

Rayane Santos

“Quando o Júlio nasceu eu e o meu marido passávamos por boa situação financeira, portanto não pensei duas vezes em sair do emprego e ficar em casa com ele”, conta Juliana Oliveira, mãe de Júlio, de 2 anos. Esse pode ser o desejo de muitas mulheres, mas o consultor profissional de carreiras, Laerte Leite, acredita que sair do mercado de trabalho pode ser uma atitude precipitada. “Considerando que atualmente é difícil conseguir um emprego, por conta de diversos fatores, um afastamento que dure mais de dois anos certamente irá gerar problemas para a mulher que deseje retornar ao mercado de trabalho” afirma o consultor.
A psicóloga clínica Dra. Carolina Torres acredita que a ação pode gerar tanto resultados negativos quanto positivos, dependendo da estrutura da família e dos anseios da mulher. “No geral, agindo assim a mãe se resguarda em um papel antiquado, voltado apenas ao cuidado das crianças, sem satisfação pessoal, sensação de utilidade ou projeto de vida”, diz a psicóloga.

O melhor a fazer
A Dra. Carolina acredita que a decisão depende da situação financeira da família, das ambições profissionais da mulher e do fato dela ter ou não pessoas dispostas a ajudá-la. “Se existir um vínculo de confiança com alguém que possa cuidar do seu filho, como um parente ou uma instituição escolar, não há motivos para que a mãe se prive de uma vida profissional satisfatória”, alega a psicóloga.
O consultor Laerte Leite entende que agindo dessa forma a mulher prejudica a sua carreira e dificulta o seu próprio retorno ao mercado de trabalho. “Mesmo exercendo os árduos papéis de dona de casa, mãe e esposa as mulheres não devem deixar de se realizar profissionalmente. Aconselho que, caso decida abandonar o emprego, continue realizando cursos e atividades profissionais em casa. O importante é não envelhecer profissional e culturalmente”, dá a dica Laerte.

Papel social
O papel da mulher mudou nas últimas décadas. Atualmente a sociedade incentiva que ela tenha além de um emprego, uma carreira de sucesso. “Está cada vez mais forte a ideia de que ela pode, e deve, construir uma carreira, ter independência financeira e se dedicar aos cuidados com a família ao mesmo tempo”, explica a psicóloga Carolina. “Isso é até injusto, mas é a realidade do mundo atual”, acrescenta o consultor Laerte Leite.
O IBOPE (Instituto Brasileiro de Opinião Pública e Estatística) realizou uma pesquisa com mães brasileiras de todas as classes sociais, intitulada “Mães Contemporâneas”. Os resultados apontam que as mães que trabalham fora são mais atentas aos cuidados estéticos, que vão desde a forma física e uso de maquiagem até o preparo de refeições saudáveis. Dados indicam, inclusive, que as mães que trabalham fora saem mais de casa, frequentam shoppings, restaurantes, parques e teatros nas horas vagas.

Realização
“Senti saudades dos meus filhos, todos os dias, mas não me arrependi de continuar trabalhando. Só assim fui capaz de dar uma boa vida para eles. Atualmente sou uma mulher realizada profissionalmente, e isso não tem preço”, revela a autônoma Conceição da Silva, de 46 anos.
A pesquisa “Mães Contemporâneas” revelou que para a maioria das mulheres entrevistadas o seu emprego significa realização pessoal e independência, além de proporcionar o contato com pessoas diferentes.  
É possível que as mães que trabalham fora sintam, em algum momento, frustração por não estar com os filhos e a Dra. Carolina Torres considera esse um sentimento natural. “Para se sair bem na delicada organização da vida profissional e da vida pessoal a mulher precisa saber separar as coisas. Indico que continue trabalhando, pelo menos por meio período, ou que tenha algum projeto pessoal. Do contrário muito provavelmente se sentirá sufocada após anos de completa dedicação aos filhos”, explica a psicóloga.




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