Publicada
na edição de 28 de junho a 4 de julho de 2013 do Jornal do Trem e Folha do Ônibus da
FLC Comunicações Ltda.
Qual mãe nunca desejou
parar de trabalhar e ficar em casa com os filhos? Especialistas indicam que a
atitude não é saudável
“Quando o Júlio nasceu
eu e o meu marido passávamos por boa situação financeira, portanto não pensei
duas vezes em sair do emprego e ficar em casa com ele”, conta Juliana Oliveira,
mãe de Júlio, de 2 anos. Esse pode ser o desejo de muitas mulheres, mas o
consultor profissional de carreiras, Laerte Leite, acredita que sair do mercado
de trabalho pode ser uma atitude precipitada. “Considerando que atualmente é
difícil conseguir um emprego, por conta de diversos fatores, um afastamento que
dure mais de dois anos certamente irá gerar problemas para a mulher que deseje
retornar ao mercado de trabalho” afirma o consultor.
A psicóloga clínica
Dra. Carolina Torres acredita que a ação pode gerar tanto resultados negativos
quanto positivos, dependendo da estrutura da família e dos anseios da mulher.
“No geral, agindo assim a mãe se resguarda em um papel antiquado, voltado
apenas ao cuidado das crianças, sem satisfação pessoal, sensação de utilidade
ou projeto de vida”, diz a psicóloga.
O melhor a fazer
A Dra. Carolina acredita que a decisão depende da
situação financeira da família, das ambições profissionais da mulher e do fato
dela ter ou não pessoas dispostas a ajudá-la. “Se existir um vínculo de
confiança com alguém que possa cuidar do seu filho, como um parente ou uma
instituição escolar, não há motivos para que a mãe se prive de uma vida
profissional satisfatória”, alega a psicóloga.
O consultor Laerte Leite entende que agindo dessa forma a
mulher prejudica a sua carreira e dificulta o seu próprio retorno ao mercado de
trabalho. “Mesmo exercendo os árduos papéis de dona de casa, mãe e esposa as
mulheres não devem deixar de se realizar profissionalmente. Aconselho que, caso
decida abandonar o emprego, continue realizando cursos e atividades
profissionais em casa. O importante é não envelhecer profissional e
culturalmente”, dá a dica Laerte.
Papel social
O papel da mulher mudou nas últimas décadas. Atualmente a
sociedade incentiva que ela tenha além de um emprego, uma carreira de sucesso. “Está cada vez mais forte a ideia de que ela
pode, e deve, construir uma carreira, ter independência financeira e se dedicar
aos cuidados com a família ao mesmo tempo”, explica a psicóloga Carolina. “Isso
é até injusto, mas é a realidade do mundo atual”, acrescenta o consultor Laerte
Leite.
O IBOPE (Instituto Brasileiro de Opinião Pública e
Estatística) realizou uma pesquisa com mães brasileiras de todas as classes
sociais, intitulada “Mães Contemporâneas”. Os resultados apontam que as mães que
trabalham fora são mais atentas aos cuidados estéticos, que vão desde a forma
física e uso de maquiagem até o preparo de refeições saudáveis. Dados indicam,
inclusive, que as mães que trabalham fora saem mais de casa, frequentam shoppings,
restaurantes, parques e teatros nas horas vagas.
Realização
“Senti saudades dos meus filhos, todos os dias, mas não
me arrependi de continuar trabalhando. Só assim fui capaz de dar uma boa vida
para eles. Atualmente sou uma mulher realizada profissionalmente, e isso não
tem preço”, revela a autônoma Conceição da Silva, de 46 anos.
A pesquisa “Mães Contemporâneas” revelou que para a
maioria das mulheres entrevistadas o seu emprego significa realização pessoal e
independência, além de proporcionar o contato com pessoas diferentes.
É possível que as mães que trabalham fora sintam, em
algum momento, frustração por não estar com os filhos e a Dra. Carolina Torres considera
esse um sentimento natural. “Para se sair bem na delicada organização da vida profissional
e da vida pessoal a mulher precisa saber separar as coisas. Indico que continue
trabalhando, pelo menos por meio período, ou que tenha algum projeto pessoal.
Do contrário muito provavelmente se sentirá sufocada após anos de completa
dedicação aos filhos”, explica a psicóloga.Qual mãe nunca desejou
parar de trabalhar e ficar em casa com os filhos? Especialistas indicam que a
atitude não é saudável
Rayane Santos
“Quando o Júlio nasceu
eu e o meu marido passávamos por boa situação financeira, portanto não pensei
duas vezes em sair do emprego e ficar em casa com ele”, conta Juliana Oliveira,
mãe de Júlio, de 2 anos. Esse pode ser o desejo de muitas mulheres, mas o
consultor profissional de carreiras, Laerte Leite, acredita que sair do mercado
de trabalho pode ser uma atitude precipitada. “Considerando que atualmente é
difícil conseguir um emprego, por conta de diversos fatores, um afastamento que
dure mais de dois anos certamente irá gerar problemas para a mulher que deseje
retornar ao mercado de trabalho” afirma o consultor.
A psicóloga clínica
Dra. Carolina Torres acredita que a ação pode gerar tanto resultados negativos
quanto positivos, dependendo da estrutura da família e dos anseios da mulher.
“No geral, agindo assim a mãe se resguarda em um papel antiquado, voltado
apenas ao cuidado das crianças, sem satisfação pessoal, sensação de utilidade
ou projeto de vida”, diz a psicóloga.
O melhor a fazer
A Dra. Carolina acredita que a decisão depende da
situação financeira da família, das ambições profissionais da mulher e do fato
dela ter ou não pessoas dispostas a ajudá-la. “Se existir um vínculo de
confiança com alguém que possa cuidar do seu filho, como um parente ou uma
instituição escolar, não há motivos para que a mãe se prive de uma vida
profissional satisfatória”, alega a psicóloga.
O consultor Laerte Leite entende que agindo dessa forma a
mulher prejudica a sua carreira e dificulta o seu próprio retorno ao mercado de
trabalho. “Mesmo exercendo os árduos papéis de dona de casa, mãe e esposa as
mulheres não devem deixar de se realizar profissionalmente. Aconselho que, caso
decida abandonar o emprego, continue realizando cursos e atividades
profissionais em casa. O importante é não envelhecer profissional e
culturalmente”, dá a dica Laerte.
Papel social
O papel da mulher mudou nas últimas décadas. Atualmente a
sociedade incentiva que ela tenha além de um emprego, uma carreira de sucesso. “Está cada vez mais forte a ideia de que ela
pode, e deve, construir uma carreira, ter independência financeira e se dedicar
aos cuidados com a família ao mesmo tempo”, explica a psicóloga Carolina. “Isso
é até injusto, mas é a realidade do mundo atual”, acrescenta o consultor Laerte
Leite.
O IBOPE (Instituto Brasileiro de Opinião Pública e
Estatística) realizou uma pesquisa com mães brasileiras de todas as classes
sociais, intitulada “Mães Contemporâneas”. Os resultados apontam que as mães que
trabalham fora são mais atentas aos cuidados estéticos, que vão desde a forma
física e uso de maquiagem até o preparo de refeições saudáveis. Dados indicam,
inclusive, que as mães que trabalham fora saem mais de casa, frequentam shoppings,
restaurantes, parques e teatros nas horas vagas.
Realização
“Senti saudades dos meus filhos, todos os dias, mas não
me arrependi de continuar trabalhando. Só assim fui capaz de dar uma boa vida
para eles. Atualmente sou uma mulher realizada profissionalmente, e isso não
tem preço”, revela a autônoma Conceição da Silva, de 46 anos.
A pesquisa “Mães Contemporâneas” revelou que para a
maioria das mulheres entrevistadas o seu emprego significa realização pessoal e
independência, além de proporcionar o contato com pessoas diferentes.
É possível que as mães que trabalham fora sintam, em
algum momento, frustração por não estar com os filhos e a Dra. Carolina Torres considera
esse um sentimento natural. “Para se sair bem na delicada organização da vida profissional
e da vida pessoal a mulher precisa saber separar as coisas. Indico que continue
trabalhando, pelo menos por meio período, ou que tenha algum projeto pessoal.
Do contrário muito provavelmente se sentirá sufocada após anos de completa
dedicação aos filhos”, explica a psicóloga.
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