Publicada na edição de 29 de agosto a 04 de setembro de 2014 do Jornal do Trem e Folha do Ônibus da FLC Comunicações Ltda.
Situação – comum para
muitas famílias – exige diálogo, divisão de despesas e cuidado com o veículo
Muitos jovens, assim que
tiram a carteira de motorista, passam a pegar emprestado o carro dos pais –
seja para exercitar o que aprenderam na autoescola, para ir a locais pontuais
ou mesmo para fazer viagens rápidas. Com o passar do tempo, alguns pais/mães e
filhos passam até a dividir efetivamente o carro – um faz o uso todos os dias e
outro todas as noites, ou um usa durante a semana e outro nos finais de semana.
O uso compartilhado de um
carro, seja ele esporádico ou frequente, exige organização da rotina, divisão
das despesas e cautela ao dirigir – do contrário, serão gerados gastos extras
com manutenção.
Organização da rotina
O diálogo é fundamental
em uma família que compartilha um automóvel. Quando uns conhecem os horários
dos compromissos dos outros é mais difícil que haja atrasos ou discussões.
“Eu e meu filho
costumamos conversar bastante sobre os planos que temos com o carro. Se ele
quer viajar no final de semana, ele me avisa com antecedência e eu me programo
para ficar a pé”, explica a administradora Adriana Matos.
“Se por acaso os dois
querem sair de carro no mesmo dia e horário, combinamos de um dar carona para o
outro até o local ou na volta – se os locais forem muito longes, um dá carona
para o outro pelo menos até o ponto de ônibus mais próximo de casa”, diz
Adriana.
Despesas compartilhadas
E qual é a maneira mais
justa de dividir as despesas de um carro compartilhado? Para Reinaldo Domingos,
presidente da DSOP Educação Financeira, pais e mães precisam ponderar sobre as
responsabilidades que são cabíveis aos filhos.
“Se os pais sabem que o
jovem tem uma fonte de renda e condições financeiras de contribuir com as
despesas básicas do carro, devem cobrar que ele o faça. Daqueles que usam o
automóvel esporadicamente, pode ser exigido que reponham parte do combustível
que usaram. Já com aqueles que usam com mais frequência é válido conversar e
calcular a porcentagem de gasolina que cada um utiliza, pois nada mais justo
que cada um pagar a sua parte. O mesmo se aplica ao pagamento das parcelas do financiamento:
se ambos (pai/mãe e filho) utilizam o carro em frequência muito similar e o
jovem tem condições de contribuir com o orçamento da família, ele pode assumir
algumas parcelas”.
Segundo Reinaldo, quando
o filho não tem condições financeiras para sustentar seus passeios, vale a pena
conversar e mostrar que ele pode recorrer a alternativas como o transporte
público e a carona dos amigos.
Modo de dirigir
“Assim que o uso do carro
passou a ser compartilhado com os meus dois filhos, senti que o funcionamento
do câmbio mudou. Meses depois, tive que trocá-lo”, desabafa o bancário
Robistais Barros.
Quando duas ou mais
pessoas dirigem o mesmo automóvel, ele acaba se desgastando mais rápido,
segundo o mecânico Genivaldo Bezerra.
“Isso acontece porque se
um dirige com mais cautela, ele acaba pisando bastante no freio, e se outro
gosta de mais velocidade, acaba trocando as marchas com maior frequência, o que
desgasta as duas peças. É normal que as pessoas dirijam de modo diferente, mas
é preciso saber que de um carro compartilhado é exigido muito mais”, comenta
Bezerra.
Portanto, com quanto mais
cautela os motoristas dirigirem, melhor para o veículo e para o bolso de todos.
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