terça-feira, 9 de dezembro de 2014

Quando o carro é compartilhado entre pais e filhos

Publicada na edição de 29 de agosto a 04 de setembro de 2014 do Jornal do Trem e Folha do Ônibus da FLC Comunicações Ltda.

Situação – comum para muitas famílias – exige diálogo, divisão de despesas e cuidado com o veículo

Muitos jovens, assim que tiram a carteira de motorista, passam a pegar emprestado o carro dos pais – seja para exercitar o que aprenderam na autoescola, para ir a locais pontuais ou mesmo para fazer viagens rápidas. Com o passar do tempo, alguns pais/mães e filhos passam até a dividir efetivamente o carro – um faz o uso todos os dias e outro todas as noites, ou um usa durante a semana e outro nos finais de semana.
O uso compartilhado de um carro, seja ele esporádico ou frequente, exige organização da rotina, divisão das despesas e cautela ao dirigir – do contrário, serão gerados gastos extras com manutenção.

Organização da rotina
O diálogo é fundamental em uma família que compartilha um automóvel. Quando uns conhecem os horários dos compromissos dos outros é mais difícil que haja atrasos ou discussões.
“Eu e meu filho costumamos conversar bastante sobre os planos que temos com o carro. Se ele quer viajar no final de semana, ele me avisa com antecedência e eu me programo para ficar a pé”, explica a administradora Adriana Matos.
“Se por acaso os dois querem sair de carro no mesmo dia e horário, combinamos de um dar carona para o outro até o local ou na volta – se os locais forem muito longes, um dá carona para o outro pelo menos até o ponto de ônibus mais próximo de casa”, diz Adriana.

Despesas compartilhadas
E qual é a maneira mais justa de dividir as despesas de um carro compartilhado? Para Reinaldo Domingos, presidente da DSOP Educação Financeira, pais e mães precisam ponderar sobre as responsabilidades que são cabíveis aos filhos.
“Se os pais sabem que o jovem tem uma fonte de renda e condições financeiras de contribuir com as despesas básicas do carro, devem cobrar que ele o faça. Daqueles que usam o automóvel esporadicamente, pode ser exigido que reponham parte do combustível que usaram. Já com aqueles que usam com mais frequência é válido conversar e calcular a porcentagem de gasolina que cada um utiliza, pois nada mais justo que cada um pagar a sua parte. O mesmo se aplica ao pagamento das parcelas do financiamento: se ambos (pai/mãe e filho) utilizam o carro em frequência muito similar e o jovem tem condições de contribuir com o orçamento da família, ele pode assumir algumas parcelas”.
Segundo Reinaldo, quando o filho não tem condições financeiras para sustentar seus passeios, vale a pena conversar e mostrar que ele pode recorrer a alternativas como o transporte público e a carona dos amigos.

Modo de dirigir
“Assim que o uso do carro passou a ser compartilhado com os meus dois filhos, senti que o funcionamento do câmbio mudou. Meses depois, tive que trocá-lo”, desabafa o bancário Robistais Barros.
Quando duas ou mais pessoas dirigem o mesmo automóvel, ele acaba se desgastando mais rápido, segundo o mecânico Genivaldo Bezerra.
“Isso acontece porque se um dirige com mais cautela, ele acaba pisando bastante no freio, e se outro gosta de mais velocidade, acaba trocando as marchas com maior frequência, o que desgasta as duas peças. É normal que as pessoas dirijam de modo diferente, mas é preciso saber que de um carro compartilhado é exigido muito mais”, comenta Bezerra.
Portanto, com quanto mais cautela os motoristas dirigirem, melhor para o veículo e para o bolso de todos.


Nenhum comentário:

Postar um comentário