Publicada na edição de 10 a 16 de outubro de 2014 do
Jornal do Trem e Folha do Ônibus da FLC Comunicações Ltda.
Idosos e pessoas jurídicas pagam juros elevados
e têm prazos mais apertados do que as pessoas físicas
Rayane Santos
Para muitos especialistas, o melhor
método para comprar um bem é pagando à vista. Afinal, fazer uma aquisição sem
dever juros ou dinheiro a ninguém é um excelente cenário. “Porém, poucas
pessoas guardam dinheiro com meses ou anos de antecedência antes de fazer uma
compra”, opina o consultor financeiro Augusto Sabóia. Se a intenção é adquirir
o bem com rapidez, o financiamento é o método mais indicado.
“Participar de negócios no mercado
financeiro exige conhecimento quanto às ‘regras do jogo’. Quem busca um
financiamento quer comprar um bem com o dinheiro dos outros, portanto paga
juros – muitas vezes bastante altos”, explica Sabóia.
Conheça os tipos de financiamentos
existentes e quais são os mais indicados para você.
Veículos
O principal modelo de financiamento utilizado
na compra de veículos é o CDC (Crédito Direto ao Consumidor), no qual o banco
ou a financiadora empresta o valor total e o cliente compra o bem em seu nome –
com o compromisso de pagar parcelas acrescidas com
juros. As concessionárias costumam financiar os carros com taxas de juros
menores.
Outro método - também bastante utilizado,
apesar de não ser considerando um financiamento - é o leasing. Através dele, o
cliente paga parcelas mais acessíveis, considerando a não incidência do IOF
(Imposto sobre Operações Financeiras), porém não tem o bem registrado em seu
nome, e sim em nome do banco ou financeira até o fim do pagamento das parcelas
e nova negociação. Nesta modalidade, o cliente usa o veículo, porém não pode vendê-lo
ou negociá-lo com outras pessoas.
Imóveis
O financiamento de imóveis consiste na
liberação de crédito para pagamento de 70% a 80% do valor do bem desejado, seja
ele um terreno ou um imóvel novo ou usado. As taxas de juros partem de 6,5% ao
ano em alguns bancos, como a Caixa Econômica Federal, e as dívidas costumam ser
quitadas em até 35 anos.
Cada consumidor adquire um limite de
crédito e taxas específicas no banco ou financeira, que variam conforme seu
histórico bancário, idade, bens que possui, entre outros fatores. Às pessoas
jurídicas costumam ser destinados os prazos mais curtos para pagamento e juros
mais altos ao financiar imóveis.
Um empecilho para os idosos é que a
idade somada ao prazo de financiamento não pode ultrapassar 80 anos.
Empresas
O consultor financeiro Augusto Sabóia
indica que antes de iniciar um negócio, o empreendedor tenha uma poupança com aproximadamente
seis meses de capital de giro da empresa e com economias para pagar as contas
domésticas durante o mesmo período. “Aquele que fez cursos, se preparou para ser
um empresário, e tem um bom planejamento estratégico deve evidenciá-lo aos
bancos e buscar a redução de juros no financiamento, apontando que o seu
negócio é bom e será rentável”, indica o consultor.
As condições (juros, prazos, etc.) tendem
a variar de banco para banco, por isso é válido fazer diversas cotações.
Iniciativas públicas, como o BNDES
(Banco Nacional de Desenvolvimento) e o PROGER (Programas de Geração de Emprego
e Renda) oferecem apoio financeiro às micro, pequenas e médias empresas. “Para
conseguir tais financiamentos é preciso ter um belíssimo negócio ou projeto em
mãos”, aponta Augusto Sabóia.
No
banco ou na financeira?
“O cliente faz o melhor negócio se
procurar financiamentos em bancos, com certeza”, diz Sabóia. Segundo o
consultor, as financeiras correm o risco de emprestar dinheiro para clientes
sem se aprofundar em seu histórico bancário. Por isso, aplicam juros maiores.
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