quarta-feira, 17 de dezembro de 2014

O passo a passo da renegociação de juros

Publicada na edição de 26 de setembro a 02 de outubro de 2014 do Jornal do Trem e Folha do Ônibus da FLC Comunicações Ltda.
  
Para especialistas, obter a redução da taxa em financiamentos é difícil, mas não impossível. Portabilidade é uma alternativa

Financiamentos de veículos e imóveis levam anos para serem quitados. Enquanto o tempo passa, a economia se modifica e o mercado pode passar a praticar taxas de juros maiores ou menores do que as praticadas nos anos anteriores.
Segundo o advogado Luiz Marcos Guedes, a revisão dos juros de financiamentos de veículos e a tentativa de renegociação são aconselháveis para aqueles que fecharam negócio há três anos ou mais, pois as taxas praticadas atualmente são menores. “Essas pessoas podem estar pagando juros excessivos”, aponta.
Caso o diálogo seja complicado com o banco ou financiadora, o consumidor pode entrar na Justiça e pedir a revisão contratual a qualquer momento, segundo Guedes. Mas, há certa dor de cabeça. “O processo pode demorar cerca de dois anos para ser finalizado e os advogados costumam cobrar de 10 a 20% do valor da causa”, esclarece.
Para o especialista em finanças Marcelo Segredo, renegociar juros é uma tarefa “impossível”, considerando que contraria os interesses de qualquer banco. “Não existe lei que obrigue as instituições a praticar juros menores e muitos contratos não permitem a revisão dos valores”, esclarece Segredo.
Conheça dicas para renegociar juros de financiamentos.

Negociação
Segundo especialistas, a negociação exige persuasão, paciência e algum conhecimento financeiro. O primeiro passo é solicitar ao banco uma versão atualizada do financiamento e buscar novas propostas em outras instituições. Com a possibilidade de um negócio mais vantajoso em mãos, o cliente deve tentar a renegociação junto ao seu banco – considerando o interesse deste em não perder o financiamento.
Caso não consiga a renegociação dos juros, o consumidor pode buscar um auxílio jurídico e verificar se há a possibilidade de entrar com um processo judicial, ou transferir o financiamento para outro banco ou financiadora, processo conhecido como portabilidade.

Portabilidade
Apesar de possível, a portabilidade pode ser algo complicado para o consumidor menos esclarecido quando o assunto é finanças. Por isso, há uma “zona de conforto” envolvendo os bancos, segundo Marcelo Segredo. “No Brasil há poucas instituições bancárias e elas são consolidadas, têm uma grande massa de clientes. Por isso, a portabilidade não os assusta e quase não funciona no país”.
Aos que optam por essa negociação, o especialista em finanças indica atenção durante todo o processo, para não perder dinheiro no final das contas. “O banco que compra a dívida pode realmente oferecer um juros menor no contrato, porém para fazê-lo obriga o consumidor a abrir uma nova conta corrente, cobra tarifas de manutenção e insiste em vendas casadas. Se bobear, o consumidor sai no prejuízo sem perceber”, adverte Segredo.

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