Publicada na edição de 26 de setembro a 02 de outubro de
2014 do Jornal do Trem e Folha do Ônibus da FLC Comunicações Ltda.
É impossível evitar que a contaminação
presente nas ruas e avenidas acesse o veículo, mas é possível minimizá-la
Estar no carro com os vidros fechados e
com o ar condicionado ligado não afasta a possibilidade de estar respirando o
mesmo ar poluído presente do lado de fora. “A poluição pode não entrar no carro
a princípio, se as janelas estiverem fechadas e o sistema de circulação de ar e
o ar condicionado estiverem desligados. Mas, como nenhum carro é completamente
vedado, a poluição vai entrando aos poucos”, esclarece Ubiratan de Paula
Santos, pneumologista do Incor (Instituto do Coração) do Hospital das Clínicas.
Segundo o médico, quando o assunto é
poluição, há uma certeza: o acúmulo é rápido e a dispersão é lenta. Portanto,
conheça dicas para amenizar o contato com a poluição dentro do seu veículo.
Ventilação
x ar condicionado
O sistema de ventilação interno, que
existe na maioria dos carros, transfere o ar do lado de fora para o lado de
dentro, sem realizar nenhum tipo de filtragem de poluentes. O ar condicionado,
por sua vez, tem a função de resfriar ou aquecer o ar em um processo no qual
ele remove diversas partículas de sujeira.
Para garantir o bom funcionamento do ar
condicionado, o filtro do aparelho deve estar o mais limpo possível. Para isso,
ele deve ser higienizado ou trocado periodicamente, de acordo com as indicações
do fabricante.
“Quando o filtro do ar condicionado não
está limpo, a concentração de sujeira dentro do carro fica muito parecida com a
do lado de fora”, explica o pneumologista, que aponta a possibilidade de usar
um filtro de ar que, além de barrar a entrada de partículas, inibe a
proliferação de gases poluentes. “Esses filtros costumam ser usados em hospitais,
centro cirúrgicos e em UTI’s (unidades de terapia intensiva)”, ilustra
Ubiratan.
Como
minimizar?
Considerando a dificuldade de manter o
ar de dentro do carro livre de poluição, há algumas medidas que podem ser
tomadas para evitar o contato direto e contínuo com gases que podem ser
prejudiciais a saúde. Segundo Ubiratan, a principal delas é alternar o modo de
ventilação.
“O ar de dentro do carro precisa ser
renovado de 20 em 20 minutos. Se está sendo usado o ar condicionado, desligue-o
e abra as janelas. Depois, use o sistema de ventilação interno. O importante é
não respirar sempre o mesmo ar dentro de um ambiente fechado. Se houver muitas
pessoas no veículo, isso deve ser feito com uma frequência ainda maior, pois passar
horas em um ambiente com pouco oxigênio e muito gás carbônico pode causar
irritação nas vias respiratórias, dores de cabeça. Uma exposição contínua a
esse cenário pode causar até complicações cardiovasculares e respiratórias”,
adverte o pneumologista.
Agressão
às vias respiratórias
Quem já esteve em um carro novo sabe
que o cheiro é único. Isso acontece porque assim que as peças saem da fábrica,
até então não sofreram nenhum desgaste, passam a sofrer reações químicas. “Nos
primeiros meses de uso de um carro, substâncias voláteis, como tintas e colas,
vão evaporando, o que gera o cheiro ‘de carro novo’. O contato frequente com
essas substâncias pode causar irritação nas vias aéreas e dor de cabeça”,
explica o especialista.
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