terça-feira, 9 de dezembro de 2014

Como lidar com a inevitável menopausa

Publicada na edição de 04 a 10 de julho de 2014 do Jornal do Trem e Folha do Ônibus da FLC Comunicações Ltda.

Ela acontece durante a transição da vida adulta para a velhice. Conheça os sintomas e formas de amenizá-los

Menopausa é o nome dado para a última menstruação de uma mulher, que ocorre em um período da vida chamado climatério. “Assim como a adolescência é a fase de transição da infância para a vida adulta, o climatério é a transição da vida adulta para a velhice”, explica o ginecologista César Eduardo Fernandes, presidente do conselho científico da Sobrac (Associação Brasileira de Climatério). Segundo o especialista, é durante essa fase que os ovários femininos deixam, gradativamente, de liberar óvulos.
“Os sintomas ocorrem antes e depois da data da menopausa – de quatro a dois anos antes e até cinco anos depois”, especifica o médico.
Durante esse período, é possível que haja irregularidades na duração dos ciclos menstruais e que a mulher sinta ondas de calor, irritabilidade, insônia, ressecamento vaginal, alterações na distribuição da gordura pelo corpo, perda de massa óssea e enfraquecimento da pele, dos cabelos e das unhas.
“Isso acontece porque hormônios importantes para a saúde da mulher deixam de ser produzidos pelos ovários. Mas, nem todas as mulheres sentem os mesmos sintomas, tão pouco na mesma intensidade. Para muitas, os sintomas não afetam a sua qualidade de vida, portanto não é necessário tratamento”, explica César. “Já para aquelas que os sintomas interferem em sua qualidade de vida, o tratamento utilizado é o de reposição hormonal”.

Hormônios de volta
Para combater os sintomas da menopausa, é possível repor hormônios os quais os ovários deixam de produzir. Tal reposição pode ser feita via comprimidos, injeções, adesivos cutâneos, cremes ou supositórios vaginais.
Segundo o ginecologista, mesmo que tenha hábitos saudáveis por toda a vida, nenhuma mulher pode evitar os sintomas da menopausa. “Eles são hereditários e tendem a ser repetir de modo parecido em várias gerações da mesma família. Mas, sem dúvidas, hábitos saudáveis implicam em melhor qualidade de vida em qualquer idade ou situação”, aponta.

Não tem escapatória
“A menopausa é um processo geneticamente regido. Quando a mulher nasce, já estão estabelecidos quantos óvulos ela terá durante a vida. Por ser um processo genético, nada antecipa ou atrasa a menopausa, com exceção da retirada dos dois ovários – que geralmente ocorre por um motivo de força maior”, esclarece o médico.
Quanto às mulheres que retiraram um ovário, o segundo continua funcionando pelos dois e ela passará pelo processo de menopausa normalmente. O mesmo acontece com aquelas que retiraram o útero. A diferença neste caso é que as mulheres que não têm o útero não menstruam, portanto precisarão supor a data de sua menopausa através dos outros sintomas, junto ao médico.

Menopausa precoce
Uma pequena parte das mulheres nasce com a predestinação genética de liberar menos óvulos do que a maioria. Em casos como esses, a menopausa tende a acontecer no decorrer da vida adulta.
A menopausa precoce também pode surgir em decorrência de alguma doença, como a vitiligo, a anemia perniciosa e cânceres que irradiam a região da pelve. “Quando a mulher precisa passar por um processo de quimioterapia, deve ser encaminhada para estocar alguns de seus óvulos, a fim de utilizá-los, se quiser, após o tratamento”, explica César Eduardo.

É possível engravidar após a menopausa? 

Após a menopausa, a mulher deixa de liberar óvulos. Segundo o ginecologista César Eduardo, se a mulher estiver saudável (sem o hábito do tabagismo, hipertensão e obesidade, e com o útero em boas condições) ela pode recorrer à doação de óvulos.

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