Publicada na edição de 04 a 10 de
julho de 2014 do Jornal do Trem e Folha do Ônibus da FLC Comunicações Ltda.
Ela acontece durante a transição da vida
adulta para a velhice. Conheça os sintomas e formas de amenizá-los
Menopausa é o nome dado para a última
menstruação de uma mulher, que ocorre em um período da vida chamado climatério.
“Assim como a adolescência é a fase de transição da infância para a vida
adulta, o climatério é a transição da vida adulta para a velhice”, explica o ginecologista
César Eduardo Fernandes, presidente do conselho científico da Sobrac
(Associação Brasileira de Climatério). Segundo o especialista, é durante essa
fase que os ovários femininos deixam, gradativamente, de liberar óvulos.
“Os sintomas ocorrem antes e depois da
data da menopausa – de quatro a dois anos antes e até cinco anos depois”,
especifica o médico.
Durante esse período, é possível que
haja irregularidades na duração dos ciclos menstruais e que a mulher sinta
ondas de calor, irritabilidade, insônia, ressecamento vaginal, alterações na
distribuição da gordura pelo corpo, perda de massa óssea e enfraquecimento da
pele, dos cabelos e das unhas.
“Isso acontece porque hormônios
importantes para a saúde da mulher deixam de ser produzidos pelos ovários. Mas,
nem todas as mulheres sentem os mesmos sintomas, tão pouco na mesma intensidade.
Para muitas, os sintomas não afetam a sua qualidade de vida, portanto não é necessário
tratamento”, explica César. “Já para aquelas que os sintomas interferem em sua
qualidade de vida, o tratamento utilizado é o de reposição hormonal”.
Hormônios
de volta
Para combater os sintomas da menopausa,
é possível repor hormônios os quais os ovários deixam de produzir. Tal reposição
pode ser feita via comprimidos, injeções, adesivos cutâneos, cremes ou
supositórios vaginais.
Segundo o ginecologista, mesmo que
tenha hábitos saudáveis por toda a vida, nenhuma mulher pode evitar os sintomas
da menopausa. “Eles são hereditários e tendem a ser repetir de modo parecido em
várias gerações da mesma família. Mas, sem dúvidas, hábitos saudáveis implicam
em melhor qualidade de vida em qualquer idade ou situação”, aponta.
Não
tem escapatória
“A menopausa é um processo
geneticamente regido. Quando a mulher nasce, já estão estabelecidos quantos
óvulos ela terá durante a vida. Por ser um processo genético, nada antecipa ou
atrasa a menopausa, com exceção da retirada dos dois ovários – que geralmente
ocorre por um motivo de força maior”, esclarece o médico.
Quanto às mulheres que retiraram um
ovário, o segundo continua funcionando pelos dois e ela passará pelo processo
de menopausa normalmente. O mesmo acontece com aquelas que retiraram o útero. A
diferença neste caso é que as mulheres que não têm o útero não menstruam,
portanto precisarão supor a data de sua menopausa através dos outros sintomas,
junto ao médico.
Menopausa
precoce
Uma pequena parte das mulheres nasce
com a predestinação genética de liberar menos óvulos do que a maioria. Em casos
como esses, a menopausa tende a acontecer no decorrer da vida adulta.
A menopausa precoce também pode surgir em
decorrência de alguma doença, como a vitiligo, a anemia perniciosa e cânceres
que irradiam a região da pelve. “Quando a mulher precisa passar por um processo
de quimioterapia, deve ser encaminhada para estocar alguns de seus óvulos, a
fim de utilizá-los, se quiser, após o tratamento”, explica César Eduardo.
É
possível engravidar após a menopausa?
Após a menopausa, a mulher deixa de liberar
óvulos. Segundo o ginecologista César Eduardo, se a mulher estiver saudável (sem
o hábito do tabagismo, hipertensão e obesidade, e com o útero em boas
condições) ela pode recorrer à doação de óvulos.
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