Aplicativos da
moda, como o Lulu, estão aí para facilitar a vida ou para deixar as pessoas
desconfortáveis?
Surgiram, nas
últimas semanas, aplicativos que deixaram muita gente de cabelo em pé. Talvez
um dos mais famosos entre eles, o Lulu, permite que as mulheres atribuam notas
aos homens em diversos âmbitos, inclusive quanto ao seu desempenho sexual.
O que mais
assustou é que todos aqueles que têm um perfil masculino no Facebook
automaticamente migraram para o aplicativo – sem que ao menos lhe fosse pedido
permissão.
Objetivo
do Lulu
Febre nos
Estados Unidos, o aplicativo chegou ao Brasil recentemente para dar uma
“mãozinha” às mulheres. Ele funciona como um banco de dados, que permite julgar
e reúne as opiniões de diversas mulheres sobre os homens que estão no seu círculo
social. A intenção do Lulu é centralizar conceitos, para que elas possam ter um
ponto de partida antes de sair (ou não) com um homem.
Qual
é o limite?
Diante de
situações como essa, a sociedade se pergunta onde é que as coisas vão parar.
Cada vez mais a privacidade das pessoas vem sendo restrita e diminuída. Saulo
Arruda, especialista em desenvolvimento de aplicativos, acredita que o avanço
da tecnologia, assim como o dos aplicativos, deve a facilitar a vida das
pessoas, mas, às vezes, resolver o problema de alguns pode gerar novos problemas
a outros.
“Normalmente as
pessoas procuram desenvolver um aplicativo que resolva um problema que elas têm
no dia-a-dia, e que tornará a vida mais fácil. Recebo diversas ideias, mas
acredito que o direito de alguém termina quando o de outra pessoa começa. Por
isso, cabe aos criadores e desenvolvedores de aplicativos terem bom senso e não
cruzar a linha da violação da privacidade dos usuários”, afirma Saulo.
Você
está lá
Todos aqueles
que têm o perfil classificado como masculino no Facebook, estão no Lulu.
Exatamente. A participação inicial no aplicativo não é opcional. Caso deseje, o
usuário pode sim remover o perfil, acessando o site http://company.onlulu.com/deactivate.
Caso esteja se
perguntando como é possível que um aplicativo detenha perfis os quais ninguém
se cadastrou, a resposta é muito simples. Quando criam o seu perfil no
Facebook, os usuários aceitam diversos Termos de Privacidade. Um deles permite
que a rede social use os perfis, as fotos e as informações ali presentes da
maneira que melhor entender, sem avisar ou muito menos gerar algum retorno
financeiro para o usuário por isso.
Pegadinha
Tubby
Nas últimas
semanas surgiu o boato da existência de um aplicativo chamado Tubby, que
prometia permitir que os homens avaliassem o desempenho sexual das mulheres.
Dias antes do suposto lançamento, a equipe anunciou que se tratava de uma “pegadinha”,
que deveria levar as pessoas à reflexão: respeito, intimidade e privacidade são
essenciais. “As pessoas não são objetos, e não devem ter o seu desempenho
avaliado como se fossem”, afirmou o grupo.
Abre
o olho, mulherada
Será que a nota
estabelecida no aplicativo é coerente? Ali, é possível que qualquer mulher dê
nota para qualquer homem sem necessariamente provar que o conhece ou que teve
algum relacionamento com ele. Mesmo se houver o contato prévio, nada garante
que a mulherada fará avaliações justas. E, mesmo que elas sejam honestas, não
significa que o homem agirá com outra pessoa da mesma maneira. É preciso
refletir que os homens são seres humanos como qualquer outro, que têm ações e
reações de acordo com o dia, o momento e a parceira.
Nenhum comentário:
Postar um comentário